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18/03/2001 - 12h28

Líder do PCC é morto em penitenciária de São Paulo

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KEILA RIBEIRO
da Folha Vale

O líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Penitenciária Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé, Demerval Barbosa de Souza, o Índio, foi assassinado às 15h da sexta (16) por outros detentos, após uma briga.

O crime teria sido provocado por um desentendimento entre os presos que não pertencem ao PCC e os integrantes do comando. A direção do presídio descarta briga de facções.

A Folha apurou que Índio já havia sido ameaçado na penitenciária porque estaria fornecendo informações à diretoria.

A insatisfação dos presos com o líder do comando já havia sido manifestada quando 17 integrantes do comando foram transferidos anteontem, enquanto Índio permaneceu na unidade. Na transferência, houve um início de tumulto entre os presos.

O crime aconteceu durante uma partida de futebol, quando os presos simularam uma briga e Anderson Cláudio dos Santos aproveitou a confusão para matar Índio a facadas.

Os agentes penitenciários tentaram evitar o tumulto e viram quando o Santos buscava sair do local com uma faca na mão.Índio foi socorrido e levado ao pronto-socorro, mas morreu a caminho do hospital.

Segundo o diretor da P1, Angelo Bernardino Cabral, o preso estava muito machucado e sangrando bastante.

Além das facadas, ele levou chutes de outros detentos. "Foi apenas um desentendimento entre eles. Por isso, a morte foi violenta", disse.

Cabral disse que foi instaurado inquérito para apurar se o crime foi cometido por brigas de facções na unidade, mas não acredita que o autor do assassinato pertença a algum comando.

Santos foi preso em flagrante e via ficar isolado dos outros detentos por 30 dias.

Com a morte de Índio e a transferência de 17 "soldados" do comando para Avaré, o partido perde força e fica desestabilizado na região.

A P1 de Tremembé era o maior núcleo de concentração dos integrantes do comando, que agora está sem líderes regionais.

A remoção e a reordenação dos presos do PCC em unidades do Estado fazem parte da estratégia adotada pelo governo de São Paulo após a megarrebelião do dia 18 de fevereiro.

A presença do comando no Vale do Paraíba e o poder de decisão do partido na região ficaram restritos somente ao Anexo da Casa de Custódia de Taubaté.

Na unidade, estão isolados pelo Estado os principais líderes do PCC, entre eles Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, Jonas Mateus e Marcos Massari, o Tau.

Tau e Índio coordenaram a rebelião na P1. Os líderes da Custódia estão trancados nas celas e não têm contato entre si.

Os detentos estão sem banho de sol há 40 dias e trocam informações com integrantes do PCC por meio de advogados.
 

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