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20/03/2001 - 04h32

Disque-Denúncia resolve dois casos por dia

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da Folha de S.Paulo

O Disque-Denúncia levou a polícia de São Paulo a prender um homem acusado de assassinar a própria mulher e que estava foragido havia 19 anos.

Saturnino Ribeiro da Silva, 51, foi detido ontem pela polícia na casa onde morava com a atual mulher e dois filhos, em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo).

A ordem de prisão preventiva contra ele, expedida pela Justiça de Goiás, datava de 1982.

Esse é um dos 294 casos de polícia solucionados em quase cinco meses de existência do Disque-Denúncia. Duas vezes por dia, nesse período, a partir de informações de pessoas anônimas, policiais desvendaram um crime, prenderam um foragido ou evitaram uma fuga de presos.

Mesmo se fosse detido antes de a denúncia chegar à polícia, Silva dificilmente ficaria na cadeia. Não há contra ele nenhuma ordem de prisão em São Paulo, apesar de ele ter cumprido pena por tentativa de homicídio e extorsão mediante sequestro. Os Estados não têm uma rede única para consulta precisa de informações criminais.

O passado dele só começou a ser descoberto há um mês, depois de o Disque-Denúncia receber as primeiras informações anônimas do caso, por telefone. Primeiro, veio o histórico do crime e indicações do lugar onde ele vivia.

Desde então, houve várias operações para tentar prendê-lo. "Agora vamos investigar o envolvimento dele em outros crimes", disse o delegado José Carlos Alves Viegas, de Itaquaquecetuba.

Segundo a polícia, Silva negou que tenha assassinado sua ex-mulher Joaquina de Oliveira Ribeiro com uma facada, dentro do Hospital Materno Infantil de Goiânia. Na época, em 72, ele tinha 23 anos. Até ontem, a data do crime ainda dependia de confirmação por causa da idade do processo.

Inteligência
O Disque-Denúncia é resultado de uma parceria entre a Secretaria da Segurança Pública e o Instituto São Paulo Contra a Violência -uma organização não-governamental mantida com a colaboração de empresários.

No futuro, devem sair dali informações para ajudar no planejamento de ações policiais.

O governo do Estado fornece policiais para a triagem e encaminhamento das informações, enquanto o instituto custeia o sistema de atendimento, com 35 operadoras de telefone que se revezam em turnos. O serviço funciona 24 horas por dia.

Cada caso solucionado representa mais credibilidade e mais informações sobre crimes à polícia, segundo o cientista político e secretário-executivo do instituto, Paulo de Mesquita Neto.

"No Rio de Janeiro, o fortalecimento do disque-denúncia aconteceu com a resolução de grandes casos de sequestros", afirmou Mesquita Neto.

Em quatro meses, as denúncias fizeram com que a polícia prendesse 14 foragidos e evitasse sete fugas, que juntas poderiam ter libertado 840 detentos.

Um desses casos aconteceu no 5º DP (Aclimação), na região central de São Paulo, em novembro do ano passado.

Após receberem informações de que havia um telefone celular com os presos, policiais entraram na cadeia do distrito policial para uma revista extraordinária e encontraram dois dos detentos dentro de um túnel, com sete metros de comprimento, que seria usado em uma fuga em massa.

O Instituto São Paulo Contra a Violência estuda agora ampliar o telefone gratuito para o interior. Hoje, o 0800-156315 atende apenas a capital e a Grande São Paulo.
 

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