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15/06/2000 - 00h36

Policiais ameaçaram invadir necrotério no Rio para atirar em sequestrador já morto

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PEDRO DANTAS, da Folha de S.Paulo, da Sucursal do Rio

Os cinco policiais militares que transportaram o corpo do sequestrador de um ônibus na zona sul do Rio, na segunda-feira, ameaçaram invadir o necrotério do hospital municipal Souza Aguiar, no centro da cidade, depois que os médicos constataram que o corpo não tinha perfurações a bala.

Os policiais, do Bope (Batalhão de Operações Especiais), estão detidos desde terça-feira, acusados de matar o sequestrador, identificado pela polícia como Sandro do Nascimento, de 21 anos, por asfixia.

Funcionários do hospital Souza Aguiar disseram à Folha que os policiais entregaram o corpo afirmando que se tratava de uma vítima de PAF (perfuração por arma de fogo). Ao verem que os médicos não constataram qualquer perfuração, eles ameaçaram invadir o necrotério, onde o corpo esperava remoção para o IML (Instituto Médico Legal).
"O ambiente ficou muito tenso, eles pareciam desesperados", contou um funcionário.

Os médicos que estavam de plantão na noite de segunda-feira e quatro dos policiais que levaram o corpo foram convocados a prestar depoimento hoje na 15ª DP (Delegacia de Polícia), na Gávea (zona sul), que está investigando o caso.

Vão depor os soldados Luís Antônio de Lima Silva, Márcio de Araújo David, Paulo Roberto Alves e Flávio Dias. O quinto policial, o capitão Ricardo Soares, já prestou depoimento.

Os funcionários disseram que não houve ameaça de morte ou de violência física contra os médicos. Ontem, a direção do Souza Aguiar orientou verbalmente a equipe para que não comentasse o assunto com jornalistas.

Segundo os funcionários ouvidos pela Folha, o corpo chegou ao hospital às 19h15 de segunda-feira. Os policiais disseram ao encarregado de registrar o ingresso de pacientes que se tratava de uma vítima de PAF.

Seguindo os procedimentos do hospital, o corpo de Nascimento, mesmo sem pulso, foi levado à sala de ressuscitação, dotada de um minicentro cirúrgico, no segundo andar do Souza Aguiar.

Lá, os médicos de plantão constataram que não havia sinais de perfuração no corpo. No boletim de atendimento, como é praxe em situações do tipo, registraram que ele deu "entrada como cadáver".

Quando o corpo já tinha sido levado para o necrotério, o chefe da segurança subiu ao segundo andar pedindo que os médicos o liberassem rápido para a remoção para o IML, feita pela Polícia Civil. Ele dizia que os policiais queriam entrar no necrotério, supostamente para atirar no cadáver.

De acordo com os funcionários, a situação só se acalmou com a chegada de um coronel da Polícia Militar.

Clique aqui para ler toda a cobertura do caso na página especial Pânico no Rio

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