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30/03/2001
-
03h41
FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife
A Secretaria da Saúde de Pernambuco interditou na noite de anteontem o setor de hemodiálise para doentes com hepatite do hospital Português, um dos maiores de Recife.
O motivo foi a constatação de que a água utilizada no processo de diálise estava contaminada por bactérias, em índices até 20 vezes superior ao limite permitido.
A contaminação ocorreu em pelo menos três dias nas últimas duas semanas. Nesse período, dois pacientes em tratamento no local teriam morrido e 20 passaram mal, com calafrios. Especialistas investigam se há ligação entre as mortes e a contaminação.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Guilherme Robalinho, uma irregularidade já foi constatada. O hospital não comunicou o problema às autoridades assim que foi detectado, como determina o Ministério da Saúde.
Em vez disso, afirmou, a instituição contratou técnicos de Curitiba para realizar a limpeza do sistema. A secretaria só foi alertada por meio de denúncia anônima no dia 22, quando o serviço já havia terminado.
O nível de contaminação teria atingido o pico entre os dias 20 e 21, só retornando aos parâmetros considerados normais no dia 23, quando técnicos da Vigilância Sanitária iniciaram a coleta de amostras no local para análise.
Até o dia 26, nenhuma alteração foi notada. Exames realizados na água recolhida no dia 27, porém, revelaram que a concentração de bactérias havia subido novamente para além dos limites.
Com o laudo em mãos na noite de anteontem, a Secretaria da Saúde determinou a interdição das duas salas abastecidas pelo sistema sob suspeita.
O Ministério da Saúde foi informado e, segundo o secretário, poderá enviar um técnico a Recife para acompanhar o caso.
Com a interdição, os 98 pacientes que eram atendidos no local foram transferidos para outras quatro clínicas de hemodiálise da capital pernambucana.
O hospital Português, que até então atendia 312 doentes renais no seu serviço de hemodiálise -que é credenciado ao SUS (Sistema Único de Saúde)-, informou que só vai se pronunciar sobre o assunto hoje.
O problema ocorrido em Recife não é o primeiro envolvendo o tratamento de doentes renais graves em Pernambuco.
Em 1996, uma toxina produzida por microalgas azuis provocou a morte de dezenas de pacientes do IDR (Instituto de Doenças Renais) em Caruaru.
A água usada pela clínica para a hemodiálise era retirada da barragem do rio Tabocas em carros-pipa e despejada sem tratamento nos tanques da instituição.
O processo tem 25 volumes. O relatório final do promotor de Justiça de Caruaru Zadir Barbosa afirma que houve omissão e negligência e pede a condenação dos diretores do IDR, Bráulio Coelho, Antonio Bezerra Filho e Ildefonso Rodrigues. Os acusados negam responsabilidade no caso.
Setor de hemodiálise de hospital é interditado por contaminação
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A Secretaria da Saúde de Pernambuco interditou na noite de anteontem o setor de hemodiálise para doentes com hepatite do hospital Português, um dos maiores de Recife.
O motivo foi a constatação de que a água utilizada no processo de diálise estava contaminada por bactérias, em índices até 20 vezes superior ao limite permitido.
A contaminação ocorreu em pelo menos três dias nas últimas duas semanas. Nesse período, dois pacientes em tratamento no local teriam morrido e 20 passaram mal, com calafrios. Especialistas investigam se há ligação entre as mortes e a contaminação.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Guilherme Robalinho, uma irregularidade já foi constatada. O hospital não comunicou o problema às autoridades assim que foi detectado, como determina o Ministério da Saúde.
Em vez disso, afirmou, a instituição contratou técnicos de Curitiba para realizar a limpeza do sistema. A secretaria só foi alertada por meio de denúncia anônima no dia 22, quando o serviço já havia terminado.
O nível de contaminação teria atingido o pico entre os dias 20 e 21, só retornando aos parâmetros considerados normais no dia 23, quando técnicos da Vigilância Sanitária iniciaram a coleta de amostras no local para análise.
Até o dia 26, nenhuma alteração foi notada. Exames realizados na água recolhida no dia 27, porém, revelaram que a concentração de bactérias havia subido novamente para além dos limites.
Com o laudo em mãos na noite de anteontem, a Secretaria da Saúde determinou a interdição das duas salas abastecidas pelo sistema sob suspeita.
O Ministério da Saúde foi informado e, segundo o secretário, poderá enviar um técnico a Recife para acompanhar o caso.
Com a interdição, os 98 pacientes que eram atendidos no local foram transferidos para outras quatro clínicas de hemodiálise da capital pernambucana.
O hospital Português, que até então atendia 312 doentes renais no seu serviço de hemodiálise -que é credenciado ao SUS (Sistema Único de Saúde)-, informou que só vai se pronunciar sobre o assunto hoje.
O problema ocorrido em Recife não é o primeiro envolvendo o tratamento de doentes renais graves em Pernambuco.
Em 1996, uma toxina produzida por microalgas azuis provocou a morte de dezenas de pacientes do IDR (Instituto de Doenças Renais) em Caruaru.
A água usada pela clínica para a hemodiálise era retirada da barragem do rio Tabocas em carros-pipa e despejada sem tratamento nos tanques da instituição.
O processo tem 25 volumes. O relatório final do promotor de Justiça de Caruaru Zadir Barbosa afirma que houve omissão e negligência e pede a condenação dos diretores do IDR, Bráulio Coelho, Antonio Bezerra Filho e Ildefonso Rodrigues. Os acusados negam responsabilidade no caso.
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