03/04/2001 - 17h16

Bomba e fuzil seriam usados em fuga do PCC no interior de SP

EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha, em São José do Rio Preto

A descoberta de uma bomba de fabricação caseira, pesando cerca de 15 kg, e de um fuzil Rugger calibre 223, apreendidos em um anexo da Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, evitou uma provável fuga de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A bomba, feita a partir da carcaça de um extintor de incêndio, seria utilizada para tentar explodir uma muralha do presídio, que abriga 468 presos. O fuzil serviria para dar cobertura à ação de fuga. O artefato foi levado ontem para a capital, para análise, pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), de seu potencial explosivo.

Foram apreendidos também, no alojamento utilizado por 14 presos do regime semi-aberto, munições e dois telefones celulares. Sete presos foram autuados em flagrante. Eles admitiram o plano de fuga.

Inaugurada em agosto do ano passado, a Penitenciária de Iaras (282 km a noroeste de São Paulo) tinha até o mês passado alguns importantes presos da organização criminosa.

No dia 15 de março, ao transferir 40 deles para a Penitenciária 1 de Avaré (268 km a oeste de São Paulo), agentes penitenciários descobriram um túnel de mais de 10 metros, cavado a partir da cela que os abrigava.

A Penitenciária de Iaras, de segurança máxima, foi inaugurada em agosto do ano passado. Tem capacidade para 792 presos.

Assassinato

Um preso ligado ao CDL (Comando Democrático da Liberdade), facção rival do PCC, foi encontrado morto ontem na Cadeia Pública de São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo). Jean Alexandre de Souza, 26, tinha o corpo inteiro perfurado por golpes de estiletes e uma moeda de 25 centavos na boca.

Souza comandou, no dia 22 de fevereiro, uma rebelião que manteve um carcereiro como refém por mais de 11 horas. Esse foi o segundo assassinato na cadeia este ano.

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