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16/04/2001
-
21h46
FABIANE LEITE
da Folha Online
Vereadores que fazem parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal sobre a dívida pública mostraram despreparo hoje ao ouvir por cerca de seis horas o depoimento do ex-prefeito e economista Celso Pitta (PTN).
A confusão entre os parlamentares girou em torno de suposto desvio _que teria sido praticado por Pitta _de R$ 607 milhões da venda de títulos públicos para outras finalidades que não o pagamento de precatórios (dívidas judiciais), o que é irregular.
O desvio teria ocorrido entre 95 e 96, quando Pitta era secretário de Finanças da cidade, durante o governo do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
A CPI utilizou contra o prefeito um relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município) que aponta o suposto desvio. Pitta se defendeu dizendo que jamais comercializou os títulos equivalentes a este montante, e que os manteve em um fundo de liquidez, que garante lastro aos papéis.
Segundo assessores econômicos da comissão, se os títulos foram emitidos e mantidos no fundo, não haveria irregularidade. De acordo com eles, no entanto, apesar da alegação de Pitta os R$ 607 milhões não constam em balanços patrimoniais da prefeitura, informação negada pelo ex-prefeito.
A presidente da comissão, Ana Martins (PCdoB), nem sabia da existência do fundo. Marcos Zerbini (PSDB) disse que a CPI não verificou antes os dados deste mesmo fundo. Ele reconheceu que o prefeito se saiu bem. "A gente tem que ressaltar que o ex-prefeito é experiente, pós graduado, ele argumenta muito bem", afirmou.
Para Zerbini, se ficar comprovado que o valor não estava no fundo, já está provada a irregularidade.
"Acho que (Pitta) se saiu bem, o que precisa verificar é se (as informações) são verdadeiras", disse Eliseu Gabriel (PDT). "Ele tinha resposta para todas as perguntas. Fizemos algumas que jamais pensamos que ele ia responder", afirmou ainda. Segundo Gabriel, a CPI fará uma reunião para decidir estratégias.
Gabriel também afirmou desconhecer o fundo citado por Pitta. "Vou ter que ir atrás", disse.
Ana Martins afirmou que faz parte da CPI buscar mais informações quando necessário.
Pitta, após o depoimento, disse que se sentiu "muito à vontade". "É uma seara que, modéstia à parte, eu domino", afirmou. Ele disse ainda que volta à comissão dia 30, quando deve depor sobre o período em que foi prefeito.
Para Pitta, que compareceu à Câmara com dois de seus ex-secretários _Antenor Braido, da Comunicação, e Carlos Meinberg, de Governo, além de dois advogados e do ex-vereador Brasil Vita _ os depoimentos lhe dão "atestado de regularidade."
Vereadores mostram despreparo ao ouvir Pitta
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da Folha Online
Vereadores que fazem parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal sobre a dívida pública mostraram despreparo hoje ao ouvir por cerca de seis horas o depoimento do ex-prefeito e economista Celso Pitta (PTN).
A confusão entre os parlamentares girou em torno de suposto desvio _que teria sido praticado por Pitta _de R$ 607 milhões da venda de títulos públicos para outras finalidades que não o pagamento de precatórios (dívidas judiciais), o que é irregular.
O desvio teria ocorrido entre 95 e 96, quando Pitta era secretário de Finanças da cidade, durante o governo do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
A CPI utilizou contra o prefeito um relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município) que aponta o suposto desvio. Pitta se defendeu dizendo que jamais comercializou os títulos equivalentes a este montante, e que os manteve em um fundo de liquidez, que garante lastro aos papéis.
Segundo assessores econômicos da comissão, se os títulos foram emitidos e mantidos no fundo, não haveria irregularidade. De acordo com eles, no entanto, apesar da alegação de Pitta os R$ 607 milhões não constam em balanços patrimoniais da prefeitura, informação negada pelo ex-prefeito.
A presidente da comissão, Ana Martins (PCdoB), nem sabia da existência do fundo. Marcos Zerbini (PSDB) disse que a CPI não verificou antes os dados deste mesmo fundo. Ele reconheceu que o prefeito se saiu bem. "A gente tem que ressaltar que o ex-prefeito é experiente, pós graduado, ele argumenta muito bem", afirmou.
Para Zerbini, se ficar comprovado que o valor não estava no fundo, já está provada a irregularidade.
"Acho que (Pitta) se saiu bem, o que precisa verificar é se (as informações) são verdadeiras", disse Eliseu Gabriel (PDT). "Ele tinha resposta para todas as perguntas. Fizemos algumas que jamais pensamos que ele ia responder", afirmou ainda. Segundo Gabriel, a CPI fará uma reunião para decidir estratégias.
Gabriel também afirmou desconhecer o fundo citado por Pitta. "Vou ter que ir atrás", disse.
Ana Martins afirmou que faz parte da CPI buscar mais informações quando necessário.
Pitta, após o depoimento, disse que se sentiu "muito à vontade". "É uma seara que, modéstia à parte, eu domino", afirmou. Ele disse ainda que volta à comissão dia 30, quando deve depor sobre o período em que foi prefeito.
Para Pitta, que compareceu à Câmara com dois de seus ex-secretários _Antenor Braido, da Comunicação, e Carlos Meinberg, de Governo, além de dois advogados e do ex-vereador Brasil Vita _ os depoimentos lhe dão "atestado de regularidade."
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