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02/05/2001 - 16h01

Sequestro da filha não derruba diretor de presídio de Taubaté

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JOSÉ CARLOS JÚNIOR
MILENA BUOSI
da Folha Online

O diretor da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (130 km a nordeste de SP), José Ismael Pedrosa, reassumiu o cargo anteontem após 13 dias de afastamento devido ao sequestro de sua filha, a médica Eulália Pedrosa Almeida, 44.

"Houve um momento de reflexão junto com a minha família. Tudo correu bem e reassumi na segunda-feira", disse Pedrosa. O diretor, que está na Custódia desde 1958, três anos após a fundação do presídio, e aposentado há dez, disse também que não pensa em deixar o cargo "no momento".

Pedrosa também foi diretor da Casa de Detenção na época do Massacre do Carandiru quando, em outubro de 1992, uma ação policial resultou na morte de 111 presos.

A filha de Pedrosa foi sequestrada em 17 de abril por supostos membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e libertada dois dias depois pela Polícia Civil, em Santos (85 km a sudeste de SP), no litoral sul.

Um dos motivos da megarrebelião organizada pelo PCC em 29 unidades prisionais do EStado em 18 de fevereiro foi a exigência do afastamento de Pedrosa.

Um dos três acusados do sequestro foi identificado pela própria vítima em sessão de reconhecimento feita no dia 25 de abril na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Taubaté.

Proteção

A família de Pedrosa foi incluída no esquema especial de segurança montado pelo governo do Estado para proteger diretores de presídios. Policiais militares acompanham a família pela cidade e em casa.

O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, tinha afastado o diretor por 30 dias. Na sua ausência a Custódia foi dirigida pelo diretor Carlos Alberto Corade, que dirige o Pemano (Presídio Edgard Magalhães Noronha), em Tremembé (138 km a nordeste de SP).

"Não me surpreende ele voltar para o cargo depois de todo esse sofrimento de sua família. Quem garante que todos estão seguros agora? Se eu fosse ele não voltaria", disse um funcionário que preferiu não se identificar.

A Casa de Custódia está passando por uma reforma desde a rebelião ocorrida em dezembro do ano passado, que resultou na morte de nove presos. As obras devem ser concluídas nos próximos dias.

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