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03/05/2001 - 03h59

Dengue atinge mais duas regiões em SP

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FABIANE LEITE, da Folha de S.Paulo

A epidemia de dengue autóctone (casos contraídos na cidade) em São Paulo começa a avançar para outras regiões além da zona norte, onde estava concentrada desde o dia 9 de março.

Naquela data, foi registrado o primeiro caso autóctone da doença depois de dois anos sem nenhuma ocorrência.

A Secretaria Municipal da Saúde confirmou ontem dois casos de dengue autóctones nas regiões oeste e sul, nos bairros de Vila Sônia e Ipiranga, respectivamente. É a primeira vez que ocorre um caso desses na região sul.

Na região oeste, ocorreram dois casos em 1999. A prefeitura, no entanto, suspeita de que eles não tenham sido autóctones.

A doença avançou rapidamente desde março. O último balanço divulgado ontem indica a ocorrência de 123 casos autóctones na cidade. O local de maior concentração na zona norte é a Freguesia do Ó, com 56 ocorrências.

A secretaria considera que a cidade vive uma epidemia em razão do aumento súbito do número de casos autóctones.

A coordenadora do Cepi (Centro de Epidemiologia, Pesquisa e Informação), Márcia Caraça, afirma que a ocorrência de casos nas regiões sul e oeste significa que há mosquitos Aedes aegypti, transmissores da doença, contaminados pelos vírus da dengue nesses locais. "Há risco de aparecerem outros casos", disse.

Mesmo assim, a coordenadora considera que há menor risco de a epidemia avançar mais ainda nas duas regiões do que na zona norte. Isso porque as regiões sul e oeste têm bem menos focos do mosquito do que a zona norte.

Márcia disse ainda que não há risco de uma epidemia de dengue hemorrágica -modalidade mais grave da doença, que se desenvolve em uma segunda contaminação -,pois os primeiros casos em São Paulo são recentes.

A coordenadora afirmou que o crescimento da epidemia é causado principalmente pela falta de colaboração dos paulistanos na eliminação de recipientes com água limpa, focos preferenciais para a reprodução do mosquito.

"A gente se sente um pouco limitada. Acho que estamos trabalhando com uma questão difícil que é a conscientização", afirmou a coordenadora.
Márcia disse acreditar que o fato de o combate ao mosquito ser terceirizado também seja um dos fatores que contribuíram para o avanço da doença.

Para Márcia, o consórcio responsável pelo serviço, o Transbraçal/Top, pode não estar realizando de forma adequada as atividades educativas com a população paulistana.

A reportagem não conseguiu localizar responsáveis pelas empresas até o fechamento desta edição.

Contrato de emergência
A prefeitura já iniciou o processo para contratar emergencialmente cerca de mil pessoas para realizar o serviço de combate. Segundo Márcia, o processo está demorando em razão do "rosário burocrático" exigido.
Segundo a coordenadora, enquanto isso, a prefeitura não pode abrir mão dos serviços da Transbraçal, pois não teria quem executasse as tarefas. "Seria até irresponsabilidade", disse.

A coordenadora da área de recursos humanos da secretaria, Rose Inojosa, disse que a abertura de inscrições para as novas equipes de combate da prefeitura deve começar dentro de 15 dias.

Por enquanto, segundo Márcia, a prefeitura pretende cobrar a intensificação do trabalho de combate ao mosquito nas duas novas regiões infectadas e estuda também realizar uma campanha publicitária contra a doença.
 

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