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06/05/2001
-
09h19
da Folha de S.Paulo
Pelo estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), a proximidade do vício é um fato corriqueiro em São Paulo: 72% dos que têm entre 16 e 24 anos já viram alguém usando drogas e 46% testemunharam cenas de tráfico.
Nancy Cardia e Sueli Schiffer, autoras do estudo, utilizam quatro levantamentos (veja quadro ao lado) sobre o consumo de drogas em São Paulo: uma pesquisa domiciliar; uma com alunos de escolas públicas; outra com meninos de rua e um estudo com pacientes de centro de recuperação de viciados.
A pesquisa cita um levantamento da Fundação Perseu Abramo, com dados de 1999, em que a expressiva maioria dos jovens confessa nunca ter assistido, por exemplo, a um espetáculo de balé (88%), de dança moderna (77%) ou a um debate público (78%).
Mas a grande maioria (80%) conhece alguém que fuma maconha, e mais da metade sabe de alguém que usa cocaína ou crack.
Prisão
Outra pesquisa, com jovens submetidos a tratamento de recuperação, revela que a maioria (71%) experimentou drogas em locais fechados (em casa ou na de amigos ou em bares, por exemplo). Só 18% provaram substâncias em áreas públicas.
Dos consultados, 56% já passaram em alguma ocasião pela prisão, e um terço admitiu que ocasionalmente vendia drogas.
O consumo de álcool por jovens também ocorre em larga escala e foi confirmado em pesquisas domiciliares (53,2% dos consultados), em pesquisas em escolas públicas (74%) e entre meninos de rua (54,4%).
Entre esses últimos, são elevados os níveis de uso permanente de maconha (50%), inalantes (59,6%) e crack (46,5%).
Facilidade
Há uma larga convicção, entre os adolescentes, de que a maioria das drogas pode ser facilmente adquirida, apesar dos perigos: 66% dos jovens de 12 a 17 anos acham que é muito fácil comprar maconha e 57,5% acreditam o mesmo em relação à cocaína.
Segundo as pesquisadoras, essa facilidade de acesso pode desacreditar campanhas educacionais.
O que reforçaria a tese de que, nas áreas periféricas, podem ter mais efeito políticas públicas de investimento em infra-estrutura para o lazer.
Maioria já viu alguém se drogando
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Pelo estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), a proximidade do vício é um fato corriqueiro em São Paulo: 72% dos que têm entre 16 e 24 anos já viram alguém usando drogas e 46% testemunharam cenas de tráfico.
Nancy Cardia e Sueli Schiffer, autoras do estudo, utilizam quatro levantamentos (veja quadro ao lado) sobre o consumo de drogas em São Paulo: uma pesquisa domiciliar; uma com alunos de escolas públicas; outra com meninos de rua e um estudo com pacientes de centro de recuperação de viciados.
A pesquisa cita um levantamento da Fundação Perseu Abramo, com dados de 1999, em que a expressiva maioria dos jovens confessa nunca ter assistido, por exemplo, a um espetáculo de balé (88%), de dança moderna (77%) ou a um debate público (78%).
Mas a grande maioria (80%) conhece alguém que fuma maconha, e mais da metade sabe de alguém que usa cocaína ou crack.
Prisão
Outra pesquisa, com jovens submetidos a tratamento de recuperação, revela que a maioria (71%) experimentou drogas em locais fechados (em casa ou na de amigos ou em bares, por exemplo). Só 18% provaram substâncias em áreas públicas.
Dos consultados, 56% já passaram em alguma ocasião pela prisão, e um terço admitiu que ocasionalmente vendia drogas.
O consumo de álcool por jovens também ocorre em larga escala e foi confirmado em pesquisas domiciliares (53,2% dos consultados), em pesquisas em escolas públicas (74%) e entre meninos de rua (54,4%).
Entre esses últimos, são elevados os níveis de uso permanente de maconha (50%), inalantes (59,6%) e crack (46,5%).
Facilidade
Há uma larga convicção, entre os adolescentes, de que a maioria das drogas pode ser facilmente adquirida, apesar dos perigos: 66% dos jovens de 12 a 17 anos acham que é muito fácil comprar maconha e 57,5% acreditam o mesmo em relação à cocaína.
Segundo as pesquisadoras, essa facilidade de acesso pode desacreditar campanhas educacionais.
O que reforçaria a tese de que, nas áreas periféricas, podem ter mais efeito políticas públicas de investimento em infra-estrutura para o lazer.
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