Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/05/2001 - 03h36

No Rio, apagão ameaça acervo histórico

Publicidade

DANIELA MENDES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os principais museus e bibliotecas do Rio de Janeiro estão despreparados para garantir a preservação dos acervos em caso de cortes de luz prolongados. A maioria não possui geradores para manter o fornecimento de energia em caso de apagão, o que ameaça a conservação das peças mais raras e delicadas.

Essas peças têm que ficar em salas climatizadas- com temperatura e umidade estáveis- durante as 24 horas do dia.

Na tentativa de fazer com que museus, arquivos e bibliotecas do país cumpram as metas de economia de energia impostas pela Câmara de Gestão da Crise Energética, o Ministério da Cultura e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) estabeleceram normas que já estão sendo adotadas no Rio.

Normas
Entre as normas, está a redução para seis horas diárias do período de funcionamento e atendimento ao público. Antes do racionamento, algumas instituições chegavam a ficar com suas portas abertas por até dez horas.

No Museu Nacional da Quinta da Boa Vista (zona norte carioca), estão sendo trocadas lâmpadas das exposições permanentes, com um investimento emergencial de R$ 2.000 até agora. Algumas salas estão com a iluminação reduzida em 50%. Na área administrativa do Museu Nacional, o corte atingiu 60% das luminárias.

A medida, segundo a diretora-adjunta, Regina Dantas, foi a alternativa encontrada para "salvar as coleções científicas que necessitam de aparelhos como desumidificadores e refrigeradores, para garantir a integridade das peças".

A diretora teme pelo acervo. "Haverá problemas se começarem os apagões. Não temos geradores nem orçamento para comprá-los", afirmou.

Ameaça às múmias
Com a falta de luz, a conservação de múmias de 3.000 anos, que serão expostas para comemorar os 183 anos do museu, poderá ser prejudicada.

De acordo com técnicos, o freezer do laboratório de preparação, conservação e restauração do museu não pode ser desligado por mais de seis horas, sob o risco de exemplares de animais em extinção, como o lobo-guará, entrarem em processo de putrefação.

Na Biblioteca Nacional, o primeiro dia de racionamento causou transtornos para os visitantes. Um grupo de 45 estudantes de biblioteconomia da UFG (Universidade Federal de Goiás) teve toda a programação prejudicada pela mudança nos horários de funcionamento dos museus do Rio.

Além de ficar uma hora em pé esperando que a biblioteca abrisse, os estudantes tiveram que cancelar a visita ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, que agora fecha mais cedo.

"Planejamos a viagem desde dezembro. Agora, esse transtorno. Não vamos ter tempo de visitar os museus", disse Thelma das Graças Fernandes, 20, organizadora da viagem. A chefe de gabinete da Fundação Biblioteca Nacional, Graça Coutinho, afirma que está tentando minimizar o desconforto dos usuários.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página