PMs recebem cartilha para evitar assaltos em Pernambuco

O aumento de assaltos a policiais militares em Pernambuco levou uma associação da categoria a criar uma cartilha com dicas de segurança para os próprios PMs.

De acordo com a Aoss (Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiro Militar de Pernambuco), que lançou a cartilha, 15 policiais foram vítimas de assalto em Recife desde o início do ano --oito morreram.

Segundo o presidente da entidade, capitão Vlademir Assis, não há dados de PMs assaltados em anos anteriores, mas o crescimento das ocorrências é visível. "O número de policiais assaltados é bem maior, mas eles não registram queixa por se sentirem constrangidos."

Um dos motivos para o aumento das investidas contra policiais, segundo Assis, é a dificuldade de obtenção de armas no mercado, instituída pelo Estatuto do Desarmamento.

A principal dica da cartilha, aponta o capitão, é a de que o policial nunca deve atuar sozinho. "Trabalhar sozinho só em Hollywood, em filmes como Robocop ou Duro de Matar com Bruce Willis", diz o manual de segurança.

Há também recomendações para evitar usar farda fora do serviço, não ingerir medicamentos ou bebidas que provoquem sonolência, embriaguez ou tontura quando estiver armado ou fardado, não fazer exercícios que diminuam os reflexos, evitar bares e casas noturnas em áreas violentas e ficar longe de discussões e de pessoas de "má índole".

A cartilha não orienta se o policial deve reagir a assaltos. Segundo o capitão, a recomendação não foi incluída porque a orientação principal --a de não andar sozinho-- já consta do manual, e que reagir ou não depende de cada situação.

De acordo com Assis, as dicas fazem parte de uma campanha para "valorizar" policiais e bombeiros no Estado.

A associação e o governo também começaram a oferecer recompensas por pistas sobre autores de assaltos contra policiais. Para um caso registrado em abril, em que quatro bandidos invadiram um posto móvel da PM e deixaram o policial de plantão de cueca, foi oferecida recompensa de R$ 2.000. A Secretaria da Defesa Social do Estado ofereceu R$ 5.000. O líder da quadrilha foi preso durante ação policial.