Com aumento de 20%, SP fica em segundo no ranking de queimadas do país

No dia anterior à chegada do inverno, que começa na quinta-feira (21), São Paulo aparecia nesta quarta-feira no segundo lugar no número de queimadas do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso. Normalmente, o Estado figura no terceiro ou no quarto lugar.

O Estado já registrou aumento de 18,7% no número de queimadas em relação a 2006, antes mesmo do início do período rigoroso de estiagem, que vai de julho a agosto.

O pesquisador Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e o coordenador nacional do Prevfogo (Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), Elmo Monteiro, atribuem o crescimento das queimadas à baixa umidade do ar e ao aumento na produção de cana-de-açúcar.

"Já estamos com estiagem, umidade relativa baixa e temperaturas um pouco mais altas. Mas o fator principal é o crescimento das plantações de cana", disse Setzer.

Segundo levantamento do Inpe, São Paulo tem cerca de 3,6 milhões de hectares de cana-de-açúcar. Entre 2005 e 2006, tinha 3,36 milhões de hectares e entre 2004 e 2005, 3,16 milhões de hectares.

"Parte dessa cana é queimada, porque a colheita é do tipo manual. As plantações devem aumentar nos próximos anos, porque é um reflexo da necessidade maior de combustíveis como o álcool", afirmou Setzer.

Do início do ano até hoje, São Paulo teve 1.547 focos de incêndio, ante 1.303 no mesmo período de 2006. Entre terça-feira (19) e hoje, São Paulo registrou 14 focos, detectados pelo satélite Noaa 12, do Inpe. O Noaa 12 é o satélite mais preciso para identificar focos de incêndio.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta para São Paulo sobre umidade relativa do ar. Até sexta-feira (22), o Estado pode ter cidades com índices de umidade em torno de 30%. Índices abaixo de 30% podem trazer danos à saúde, como problemas respiratórios.

No ranking geral de queimadas do ano, São Paulo é o terceiro Estado com o maior número de focos, atrás de Roraima e de Mato Grosso.

Brasil

Depois de 2006, um ano atípico no número de queimadas no país, que registrou quase metade dos focos de incêndio em relação a anos anteriores, 2007 parece que não deve dar continuidade ao decréscimo.

Desde o início do ano até hoje, o Brasil já registrou 24,8% de aumento de queimadas em relação ao ano anterior.