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Presidente de associação de controladores apóia punição da Aeronáutica
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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha
O presidente da ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo) de Manaus (AM), sargento Wilson Aragão, endossou a decisão da Aeronáutica de afastar controladores de vôo do trabalho.
"Eu não faria crítica à Aeronáutica porque creio que as autoridades militares estão tomando um caminho que eles julgam ser o certo. E a justiça deve prevalecer", disse.
Nesta sexta-feira o Comandado da Aeronáutica informou que 14 controladores de vôo do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, foram transferidos para o Comando de Defesa Aérea Espacial Brasileira.
Segundo a Aeronáutica, esses 14 não foram afastados de suas atividades. Ou seja, eles foram apenas transferidos: deixaram de controlar vôos civis para controlar vôos militares
O sargento afirmou não ter medo de ser punido, mesmo sendo um dos líderes dos controladores do Cindacta-4, em Manaus.
"Acredito que as punições não cheguem ao Cindacta-4. Colegas que foram punidos ou estão em via de ser punidos, estão sofrendo com essas punições por causa de reportagens, de entrevistas que deram."
O sargento defendeu a concessão de entrevistas pelos controladores, mas de "cunho informativo". "Na medida que as entrevistas tenham cunho informativo e não se dirijam ofensas pessoais ou à dignidade da instituição, acho, sinceramente, que não se constitui ato ilícito, que mereça punição."
Cindacta-4
O clima era de apreensão nesta sexta-feira entre os controladores do Cindacta-4, após a declaração do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, de afastar líderes do movimento que atuam no Cindacta-1, em Brasília.
No entanto, segundo a Folha apurou com fontes militares, a situação era tranqüila dentro do Cindacta-4, sem operação-padrão dos controladores.
Desde o motim de 30 de março, que paralisou o espaço aéreo nacional, pelo menos 15 controladores --todos sargentos-- dos Cindactas 1 e 4 temem ser indiciados no IPM (Inquérito Policial Militar) que investigou a greve de fome e o aquartelamento nos centros.
Na quinta-feira (21), em Manaus, o procurador do Ministério Público do Trabalho, Alessandro Miranda, divulgou resultado de investigação de seis meses no Cindacta-4. Segundo ele, o centro tem um déficit de 38 controladores de vôo. Deveria ter 170, mas emprega 132. "Essa defasagem é perigosa porque pode causar sobrecarga de trabalho", disse Miranda.
O comandante do Cindacta-4, coronel Eduardo Carcavalo, disse que o centro "está dentro das normas de segurança".
O Cindacta-4 é responsável pelo controle do tráfego aéreo no Amazonas, Roraima e Mato Grosso e em parte do Pará. Funciona como "porta de entrada" do país, responsável por 90% do tráfego aéreo que evolui dos Estados Unidos e da América Central.
Cindacta-3
Os controladores de vôo do Cindacta-3 --sediado em Recife--, responsáveis pelo acompanhamento do tráfego aéreo entre os Estados da Bahia e Ceará, não concedem entrevistas desde o início da crise aérea, no final do ano passado.
A Folha apurou, entretanto, que alguns deles têm sido deslocados para trabalhar em outras regiões, para suprir lacunas nos momentos de crise. Em Recife, este ano, o Cindacta-3 proibiu o acesso ao local de trabalho dos controladores não escalados para o turno.
Com FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife
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