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20/06/2001 - 09h01

Manifestantes carregam 111 cruzes em memória aos mortos de 92

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MILENA BUOSI
da Folha Online

Integrantes de entidades de direitos humanos estão reunidos no pátio do Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães, o Fórum Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, onde será julgado o coronel da reserva Ubiratan Guimarães. Ele é acusado de ter comandado a operação da PM que resultou na morte de 111 presos da Casa de Detenção, em outubro de 1992.

O objetivo é protestar contra o fim da impunidade no caso que ficou conhecido como o massacre do Carandiru. Estão prsentes ainda parentes dos presos mortos e sobreviventes do massacre. Os manifestantes carregam 111 cruzes, simbolizando os mortos na ação. Também serão distribuídos adesivos pedindo o fim da impunidade.

Entre os organizadores do protesto estão Júlia Rochester, representante da Anistia Internacional de Londres, Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, James Cavallaro, diretor do Centro de Justiça Global, e o deputado Renato Simões, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.

As entidades receberão 11 senhas para poderem assistir ao julgamento, previsto para iniciar às 10h. Os integrantes irão se revezar na sessão, mas pelo menos dois familiares de presos mortos acompanharão constantemente o julgamento, que pode demorar até 20 dias.

O julgamento chegou a ser adiado três vezes. "A demora no julgamento é injustificada, conforme considerou a própria Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos)", disse Ariel. "Mas esperamos que depois de tanto tempo se dê um basta para a impunidade que marca esse caso."

Para Ariel, a maneira como foram colhidas as provas indicavam que o caso caminharia para a impunidade. Segundo a denúncia do Ministério Público, a polícia alterou a cena do crime e mexeu em nos corpos.

"No entanto, hoje existem provas contundentes para que o coronel seja condenado. Ele, ao comandar a tropa de choque assumiu o risco. Esse desfecho era previsível, e apesar disso, ele se manteve à frente da ação que resultou no massacre", disse. "Uma absolvição seria extremamente constrangedor para o Brasil e abriria outros precedentes para que crimes dessa gravidade continuem impunes."

Segundo a Procuradoria Geral de Justiça, se condenado, a pena mínima do coronel deverá ser de 45 anos de reclusão e a máxima, de 3.000 anos.

Leia especial sobre o massacre do Carandiru
 

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