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31/07/2007 - 22h27

Computadores de mão não evitam problemas nos censos

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CÍNTIA ACAYABA
MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha

A substituição do questionário em papel por computadores de mão não impediu que recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) enfrentassem problemas durante a realização dos dois censos 2007 --o Censo Agropecuário e a Contagem da População.

À dificuldade encontrada para transmitir dados por meio dos novos equipamentos somaram-se antigos transtornos, como o acesso a áreas remotas, principalmente na região Norte, e a resistência de moradores de condomínios fechados em fornecer informações.

Os censos 2007 deveriam ter começado em 16 de abril, mas só foram iniciados efetivamente uma semana depois. A coleta dos dados deveria terminar hoje, mas, até o final da tarde, o instituto afirmava que as informações ainda estavam sendo baixadas no sistema e que o balanço sobre o trabalho seria divulgado somente hoje à tarde.

Com a tecnologia, o instituto avalia que o processo para coleta e armazenamento de dados seja feito em apenas quatro meses. Em 2000, levou dez.

Em balanço divulgado em 10 de julho, o IBGE informou que 71,25% dos domicílios previstos haviam sido recenseados e registrados, assim como 51% dos setores agropecuários.

De acordo com a coordenadora operacional dos censos, Maria Vilma Garcia, "os recenseadores demoraram para retransmitir os dados porque a maioria se conectou por 0800".

Segundo ela, a principal reclamação vinda do Norte e do Centro-Oeste é que a nova tecnologia extinguiu a figura do "recenseador histórico". "Perdemos os caboclos da região porque eles não sabiam mexer nos computadores. Antes, eles pegavam a pastinha, caíam no mundo e voltavam depois de um mês com tudo pronto. Andavam a pé, a cavalo, de bicicleta, pegavam carona, dormiam nas casas das pessoas e eram conhecidos de todos."

A maioria dos recenseadores mora hoje em regiões urbanas e apresenta dificuldades para se deslocar para áreas rurais. Para chegar a determinadas localidades, como o município de Atalaia do Norte (1.350 km de Manaus), leva-se seis dias viajando em embarcações de pequeno e médio porte. Chuvas na região também são fator de dificuldade, segundo o IBGE.

Para Garcia, muitos recenseadores desistem durante o levantamento ao se deparar com essas dificuldades. Em nove Estados, novos concursos tiveram de ser realizados, em junho, para ocupas as vagas que não foram preenchidas.

Durante a pesquisa, ao menos cem computadores de mão foram roubados ou furtados --em um dos casos, 26 equipamentos foram levados de dentro de um carro, em Goiás.

Para a coordenadora, apesar dos problemas iniciais, a ferramenta é eficiente porque garante a precisão da pesquisa. Os computadores possuem GPS (Sistema de Localização Global), que permitem a localização dos recenseadores nas áreas de coleta e as coordenadas geográficas de estabelecimentos e casas da zona rural.

 

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