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01/07/2001 - 10h55

"Coronel quis ser superior a tudo", diz promotor

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da Folha de S.Paulo

O promotor Norberto Joia, um dos responsáveis pela acusação, disse que a condenação de Ubiratan Guimarães era o que a sociedade esperava. "Essa foi a minha recompensa por um trabalho extenuante", afirmou ele.

Carlos Cardoso, assessor especial de direitos humanos do Ministério Público, disse que, no seu entendimento, o coronel não deveria ter o direito de recorrer em liberdade da condenação do júri.

"Ele [Ubiratan] poderia fugir do país", afirmou Cardoso, que acompanhou os trabalhos dos promotores Felipe Locke Cavalcanti e Joia desde o primeiro dia do julgamento.

O Ministério Público usou das próprias normas de operação da Polícia Militar para convencer os jurados a condenar o coronel.

"Havia alguém ali que quis ser superior a tudo, que não seguiu o que era obrigação dele, que não seguiu as normas militares", afirmou Cavalcanti aos jurados, na fase final dos debates.

Segundo a promotoria, o coronel escolheu um tipo de tropa inadequado para a invasão ao pavilhão nove do Carandiru e armas como metralhadoras e fuzis, que são impróprias para aquele tipo de operação.

Além disso, conforme disse o promotor, o coronel desrespeitou os procedimentos de segurança da corporação.

Um plano de intervenção na Casa de Detenção, de agosto de 92 -dois meses antes do massacre-, previa a ação imediata do 3º Batalhão de Choque, equipado com escudos e cassetetes.

Em vez disso, Ubiratan mandou primeiro as equipes do 1º Batalhão, composto principalmente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Esse efetivo, conforme as normas, deveria ser tropa auxiliar, empregada do lado externo das prisões.

As mesmas recomendações estipulavam o uso de metralhadoras ""sempre" no sistema de tiro intermitente, um atrás do outro, e não em rajadas, como se viu dentro da Casa de Detenção.

Assim seguiu o Ministério Público, nos dez dias de julgamento, afirmando que Ubiratan assumiu o risco de produzir as mortes, por suas falhas no comando da tropa. "Confio em Deus que fizemos a coisa certa", disse Joia.



 

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