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09/07/2001 - 19h57

Exército pode fazer a segurança nas ruas da Bahia

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Sem acreditar na possibilidade de um acordo nos próximos dias entre o governo e os líderes do movimento para pôr fim à greve dos policiais militares e civis da Bahia, que entra amanhã em seu sexto dia, o Exército ofereceu-se para ajudar na manutenção da segurança na capital baiana.

O comandante da 6ª Região Militar, general Barros Moreira, disse ao governador César Borges (PFL), que o Exército está preparado para colaborar com o Estado durante a greve. Borges recusou a oferta por entender que o governo ainda não perdeu o controle da situação.

De acordo com a assessoria de comunicação social da PM, a greve tem a adesão de 37% dos policiais militares que trabalham em Salvador e o movimento não teria atingido outras unidades no interior. A Secretaria da Segurança Pública informou que 20% dos policiais civis estão parados.

O Sindicato dos Policiais Civis e a Associação de Cabos e Soldados contestam os números. As duas categorias agregam 28 mil pessoas _24.400 militares e 3.600 civis.

"Se a PM diz que apenas 37% dos soldados aderiram à greve, então não existe nenhuma justificativa para o Exército intervir para controlar a situação", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Crispiniano Daltro. Segundo ele, 80% dos civis estão parados.

Os grevistas reivindicam um piso de R$ 1.200, a libertação de dois militares que estão presos há nove dias e a reintegração de 68 PMs que foram exonerados na última quarta-feira. O governo ofereceu um reajuste de 14%, índice que foi rejeitado.

Nesta segunda-feira, o comandante da PM baiana, coronel Jorge Luiz de Souza Santos, divulgou uma nota pedindo que os grevistas voltassem ao trabalho "imediatamente".

Na nota, o coronel disse que a PM está aberta à negociação e acrescentou que a corporação vai realizar concurso público para contratar mais 3.000 militares. "Vamos ampliar o efetivo e reduzir a carga horária", diz o documento.

Para reforçar o policiamento em Salvador, a terceira maior cidade do país, a PM também convocou policiais de outras três cidades _Barreiras, Teixeira de Freitas e Itabuna.

No final da tarde, A Associação de Cabos e Soldados da Bahia pediu que o cardeal primaz do Brasil, d. Geraldo Majela Agnello, ajude na negociação com o governo.

O cardeal prometeu indicar um arcebispo para acompanhar as negociações entre o governo e os grevistas.

Segundo a PM, dos 2.111 policiais convocados para trabalhar ontem em Salvador, 1.240 foram às ruas. "Os números apresentados pelo governo não passam de ficção", disse Crispiniano Daltro.

De acordo com ele, existem policiais da tropa de choque apenas em locais estratégicos da capital baiana. Apesar da greve, dois policiais continuam vigiando 24 horas por dia o monumento construído pelo governo em homenagem ao ex-deputado Luís Eduardo Magalhães, morto em 98.


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