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11/07/2001
-
03h50
da Folha de S.Paulo
A fuga de domingo da Casa de Detenção de São Paulo colocou nas ruas cerca de 80 assaltantes, 7 traficantes e 5 homicidas, fora outros criminosos, uma parte deles líderes e integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção criminosa suspeita de ter financiado todo o plano.
Os 22 detentos que escaparam do pavilhão 9, segundo diretores do complexo do Carandiru, pertenciam à facção. Também saíram membros do PCC de outros setores, predominantemente controlados pela organização.
Na lista dos foragidos, divulgada apenas ontem, está Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, 32, apontado pela polícia como um dos mentores da facção, cujas ações do lado de fora estavam captando dinheiro para o PCC.
Ele foi preso pela polícia paulista no final de janeiro deste ano, caminhando desarmado no Rio, após ficar foragido da Justiça por quase dois anos. Não completou seis meses atrás das grades.
Barbará era investigado pela Polícia Federal por pertencer a uma megaquadrilha de assaltantes, envolvida com crimes em quatro Estados e que teria faturado R$ 10 milhões entre 98 e 2000.
Ele está diretamente envolvido, de acordo com a polícia de São Paulo, com o roubo de R$ 1 milhão em jóias da Caixa Econômica Federal de Ribeirão Preto (319 km da capital), no ano passado.
Um parceiro dele nessa ação, Alexandre Sandorfy, preso em seguida, também não ficou muito tempo na cadeia. Ele acabou resgatado pelo PCC da Penitenciária de Araraquara, com outros quatro condenados. Todos foram trocados por familiares do diretor do presídio, Leandro Pereira, que haviam sido sequestrados.
Ontem, a Folha teve acesso a 62 fichas dos foragidos, mais a lista dos nomes dos 106 que fugiram no domingo. Segundo a própria Casa de Detenção, 23 dos 106 são de ""alta periculosidade", pelo tipo de crime cometido e pelo comportamento dentro do presídio -por exemplo, ligações com facções. Detentos com cerca de um mês no local também fugiram.
A polícia acredita que os financiadores do túnel foram os primeiros a sair do presídio, talvez antes do domingo, dia de visitação da unidade pelos familiares.
Na sequência, teriam fugido os simpatizantes e aliados, sobrando apenas os retardatários, que aproveitaram a oportunidade.
Isso explicaria as cerca de 30 calças encontradas juntas em um ponto onde os presos devem ter sido resgatados com veículos, em duas casas abandonadas, distantes quatro quilômetros da Casa de Detenção. Essa distância foi percorrida sob a terra, dentro das galerias pluviais da cidade.
A polícia não conseguiu descobrir ainda quem são esses detentos. As calças do uniforme e as camisetas apreendidas -eles tomaram banho- não trazem nenhum número de identificação.
Dos 29 presidiários recapturados até agora, 17 se perderam dentro da tubulação subterrânea, ou seja, não acompanhavam o grupo principal, que mais tarde seria resgatado de carro.
Uma corda improvisada com fios guiou o grupo principal.
Não seria a primeira tentativa de resgate, por túnel, supostamente financiada pelo PCC.
A polícia investigou a facção por uma escavação descoberta em abril passado. O buraco seguia de um barraco, da avenida Zaki Narchi, até o campo de futebol do pavilhão 8 -o mesmo escolhido para a fuga de domingo. Nele, havia sistema de iluminação e de ventilação.
(ALESSANDRO SILVA)
Líderes do PCC estão entre os 106 fugitivos
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A fuga de domingo da Casa de Detenção de São Paulo colocou nas ruas cerca de 80 assaltantes, 7 traficantes e 5 homicidas, fora outros criminosos, uma parte deles líderes e integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção criminosa suspeita de ter financiado todo o plano.
Os 22 detentos que escaparam do pavilhão 9, segundo diretores do complexo do Carandiru, pertenciam à facção. Também saíram membros do PCC de outros setores, predominantemente controlados pela organização.
Na lista dos foragidos, divulgada apenas ontem, está Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, 32, apontado pela polícia como um dos mentores da facção, cujas ações do lado de fora estavam captando dinheiro para o PCC.
Ele foi preso pela polícia paulista no final de janeiro deste ano, caminhando desarmado no Rio, após ficar foragido da Justiça por quase dois anos. Não completou seis meses atrás das grades.
Barbará era investigado pela Polícia Federal por pertencer a uma megaquadrilha de assaltantes, envolvida com crimes em quatro Estados e que teria faturado R$ 10 milhões entre 98 e 2000.
Ele está diretamente envolvido, de acordo com a polícia de São Paulo, com o roubo de R$ 1 milhão em jóias da Caixa Econômica Federal de Ribeirão Preto (319 km da capital), no ano passado.
Um parceiro dele nessa ação, Alexandre Sandorfy, preso em seguida, também não ficou muito tempo na cadeia. Ele acabou resgatado pelo PCC da Penitenciária de Araraquara, com outros quatro condenados. Todos foram trocados por familiares do diretor do presídio, Leandro Pereira, que haviam sido sequestrados.
Ontem, a Folha teve acesso a 62 fichas dos foragidos, mais a lista dos nomes dos 106 que fugiram no domingo. Segundo a própria Casa de Detenção, 23 dos 106 são de ""alta periculosidade", pelo tipo de crime cometido e pelo comportamento dentro do presídio -por exemplo, ligações com facções. Detentos com cerca de um mês no local também fugiram.
A polícia acredita que os financiadores do túnel foram os primeiros a sair do presídio, talvez antes do domingo, dia de visitação da unidade pelos familiares.
Na sequência, teriam fugido os simpatizantes e aliados, sobrando apenas os retardatários, que aproveitaram a oportunidade.
Isso explicaria as cerca de 30 calças encontradas juntas em um ponto onde os presos devem ter sido resgatados com veículos, em duas casas abandonadas, distantes quatro quilômetros da Casa de Detenção. Essa distância foi percorrida sob a terra, dentro das galerias pluviais da cidade.
A polícia não conseguiu descobrir ainda quem são esses detentos. As calças do uniforme e as camisetas apreendidas -eles tomaram banho- não trazem nenhum número de identificação.
Dos 29 presidiários recapturados até agora, 17 se perderam dentro da tubulação subterrânea, ou seja, não acompanhavam o grupo principal, que mais tarde seria resgatado de carro.
Uma corda improvisada com fios guiou o grupo principal.
Não seria a primeira tentativa de resgate, por túnel, supostamente financiada pelo PCC.
A polícia investigou a facção por uma escavação descoberta em abril passado. O buraco seguia de um barraco, da avenida Zaki Narchi, até o campo de futebol do pavilhão 8 -o mesmo escolhido para a fuga de domingo. Nele, havia sistema de iluminação e de ventilação.
(ALESSANDRO SILVA)
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