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12/07/2001
-
04h25
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
Entidades estaduais de cabos e soldados da PM estão pressionando a associação nacional da categoria para deflagrar uma paralisação em todo o país.
O objetivo é radicalizar o movimento para forçar os governadores a negociar reajustes maiores e a Presidência da República a aumentar o repasse de verba federal para a segurança pública.
Desde o começo do ano, a PM chegou a paralisar em quatro Estados (Tocantins, Paraná, Mato Grosso e Bahia) e está na iminência de entrar em greve em outros cinco locais (Paraíba, Pernambuco, Piauí, Pará e Distrito Federal), segundo a Associação Nacional de Cabos e Soldados.
"A insatisfação é muito grande e cresce a idéia de uma greve nacional", afirmou o cabo Wilson Morais, presidente da associação nacional e deputado estadual em São Paulo pelo PSDB.
Morais, que é contra a greve, orientou as entidades para negociar primeiros com os governadores. Mas greves e protestos em vários Estados mostraram que essa negociação não deu resultado.
"Fiquei até mal visto por essas entidades. Mas não dá para segurar mais: vou marcar a reunião para avaliar a paralisação nacional", afirmou.
O cabo vai marcar uma assembléia para o mês que vem, mas a data ainda não foi definida. Morais afirmou que não acredita que uma paralisação possa atingir todo o país, mas deve contar com a adesão de vários Estados onde a situação é mais crítica.
"Em alguns Estados, como a Paraíba, faltam fardamento e armas, além do salário estar muito baixo", disse ele.
Morais entregou uma carta ao general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, relatando a pressão por uma paralisação nacional, mas ainda não obteve resposta do governo.
"Mesmo com a punição previstas pelo regulamento, o pessoal está disposto a parar. E o governo federal deve se preocupar com isso", disse Morais.
O artigo 42, parágrafo 5º, da Constituição proíbe que um servidor público militar participe de greve. O artigo 155 do Código Penal Militar pune a "incitação à desobediência" com pena de dois a quatro anos de reclusão.
Em São Paulo, entidades de policiais civis e militares resolveram realizar manifestações durante solenidades públicas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e elaborar uma ação contra o reajuste de 6% a 10%. A categoria reivindica 41,04%.
A Associação de Oficiais da PM de São Paulo, que inclui policiais da ativa e da reserva, faz assembléia hoje para avaliar se adota ou não uma "operação tartaruga". No sábado, é a vez da Associação Estadual de Cabos e Soldados fazer assembléia.
PMs querem paralisação nacional para forçar reajuste
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da Folha de S.Paulo
Entidades estaduais de cabos e soldados da PM estão pressionando a associação nacional da categoria para deflagrar uma paralisação em todo o país.
O objetivo é radicalizar o movimento para forçar os governadores a negociar reajustes maiores e a Presidência da República a aumentar o repasse de verba federal para a segurança pública.
Desde o começo do ano, a PM chegou a paralisar em quatro Estados (Tocantins, Paraná, Mato Grosso e Bahia) e está na iminência de entrar em greve em outros cinco locais (Paraíba, Pernambuco, Piauí, Pará e Distrito Federal), segundo a Associação Nacional de Cabos e Soldados.
"A insatisfação é muito grande e cresce a idéia de uma greve nacional", afirmou o cabo Wilson Morais, presidente da associação nacional e deputado estadual em São Paulo pelo PSDB.
Morais, que é contra a greve, orientou as entidades para negociar primeiros com os governadores. Mas greves e protestos em vários Estados mostraram que essa negociação não deu resultado.
"Fiquei até mal visto por essas entidades. Mas não dá para segurar mais: vou marcar a reunião para avaliar a paralisação nacional", afirmou.
O cabo vai marcar uma assembléia para o mês que vem, mas a data ainda não foi definida. Morais afirmou que não acredita que uma paralisação possa atingir todo o país, mas deve contar com a adesão de vários Estados onde a situação é mais crítica.
"Em alguns Estados, como a Paraíba, faltam fardamento e armas, além do salário estar muito baixo", disse ele.
Morais entregou uma carta ao general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, relatando a pressão por uma paralisação nacional, mas ainda não obteve resposta do governo.
"Mesmo com a punição previstas pelo regulamento, o pessoal está disposto a parar. E o governo federal deve se preocupar com isso", disse Morais.
O artigo 42, parágrafo 5º, da Constituição proíbe que um servidor público militar participe de greve. O artigo 155 do Código Penal Militar pune a "incitação à desobediência" com pena de dois a quatro anos de reclusão.
Em São Paulo, entidades de policiais civis e militares resolveram realizar manifestações durante solenidades públicas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e elaborar uma ação contra o reajuste de 6% a 10%. A categoria reivindica 41,04%.
A Associação de Oficiais da PM de São Paulo, que inclui policiais da ativa e da reserva, faz assembléia hoje para avaliar se adota ou não uma "operação tartaruga". No sábado, é a vez da Associação Estadual de Cabos e Soldados fazer assembléia.
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