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13/07/2001 - 19h17

Medo de "arrastões" cancela até Carnaval temporão na Bahia

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ADRIANA CHAVES e
MAURO ALBANO
Da Agência Folha

O clima de insegurança atingiu todas as regiões da Bahia. No sul do Estado, municípios como Ilhéus e Itabuna decretaram ponto facultativo para evitar saques, arrastões e assaltos. Na região norte, um Carnaval temporão foi cancelado.

Em Ilhéus, ocorreram saques já no começo da madrugada. Os ataques partiram da periferia norte em direção ao centro do município.

A rede de lojas e magazine Insinuante foi saqueada. A Policlínica (hospital particular) teve de fechar ontem após uma invasão por volta das 8h.

Ao meio-dia, todo o comércio já estava fechado, segundo a Associação Comercial de Ilhéus. As escolas também dispensaram os alunos mais cedo. O prefeito Jabes Ribeiro (PSDB) oficializou o "feriado" no começo da tarde.

Dos cerca de 600 policiais lotados em Ilhéus, 400 estavam aquartelados ontem. Sem carro oficial, os poucos PMs que ainda faziam o patrulhamento tiveram de usar veículos particulares e capuzes, para evitar retaliações.

"As pessoas não têm como saber se o encapuzado que pára o carro ao seu lado é um policial ou um assaltante", disse o jornalista Joel Filho.

Em Itabuna, a greve fez com que os secretários estaduais Heraldo Rocha (Justiça) e Kátia Alves (Segurança Pública) cancelassem um fórum em que debateriam a criminalidade na cidade.

Lojas e repartições públicas fecharam as portas por volta das 10h, mas não foram registrados incidentes graves. A expectativa era de que a adesão à greve atingisse hoje todos dos 800 policiais do município.

Por volta das 15h, o vereador Luís Carlos Sena (PC do B) foi detido após tentar apoiar os policiais grevistas. Ele teria desacatado o comandante do 15º Batalhão, Gilberto Santana. Nenhum dos dois foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.

Lojas e bancos também pararam de funcionar por volta das 11h, em Feira de Santana, após alguns arrastões. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Francisco Ricardo Falcão, a situação deveria ser regularizada hoje. "O Exército já começou a circular pelas ruas."

Sem aulas
A Prefeitura de Vitória da Conquista suspendeu as aulas nas 36 escolas municipais da zona urbana, segundo a assessoria de imprensa. Os ônibus seriam recolhidos após as 18h. Em Juazeiro (511 km ao norte de Salvador), a greve da PM fez a prefeitura cancelar um Carnaval fora de época que começaria ontem e se estenderia até domingo, quando é comemorado o aniversário do município.

Houve arrastões e saques nas ruas centrais, segundo informações da prefeitura. Um supermercado e uma loja foram saqueados na principal avenida da cidade, a Góes Calmon. Um bando tentou roubar um caixa eletrônico do Banco do Brasil, sem sucesso.

Sem a presença do Exército até o início da noite de ontem, o comércio preferiu baixar as portas. A população ficou com medo de circular pelas ruas. "Estamos à mercê dos bandidos. Vou ter de pegar um táxi para voltar para casa", disse a telefonista Maristela Viana.

Já em Jequié (357 km a oeste de Salvador), a adesão à greve foi parcial e não houve registro de saques ou ocorrências graves. O comércio não abriu ontem.

"A cidade está tranquila, alguns carros da PM estão até circulando. Essa histeria faz parte do jogo político, querem atingir Antonio Carlos Magalhães", disse Luís Antonio Fasio, assessor do prefeito Roberto Britto (PFL).

Nos municípios baianos em que parte da PM não aderiu à paralisação e onde já chegaram as tropas do Exército, como em Alagoinhas e em Porto Seguro, a situação também foi descrita como "tranquila", apesar de o comércio não ter funcionado.
 

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