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15/07/2001 - 05h44

Secretário diz que "presos resgatáveis" são transferidos para o interior

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da Folha de S.Paulo

Para tentar conter fugas e resgates, o Estado de São Paulo está confinando os presos "resgatáveis" em uma penitenciária do interior, a exemplo do que vem sendo feito com os integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), espalhados por Presidente Venceslau, Avaré e Taubaté.

Nesses presídios, segundo o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, há reforço da guarda e a rotina de funcionamento é diferente.

"Aqueles que fogem, indiscutivelmente, não são os laranjas. São os mais perigosos", afirma.

Desde que assumiu a pasta, há um ano e meio, o secretário substituiu 23 diretores de presídios por causa do número de fugas. O Estado tem hoje 76 estabelecimentos prisionais.

A medida mais recente do governo contra os resgates é a inclusão de uma advertência nos ofícios que acompanham as escoltas dos detentos, alertando sobre a periculosidade do transportado.

*

Folha - O que está sendo feito para controlar as fugas?

Nagashi FurukawaDas penitenciárias que tinham um número de fugas acima do normal, nenhuma delas tem o mesmo diretor hoje. Não quer dizer obrigatoriamente que havia corrupção nesses locais, mas talvez ineficiência na vigilância.

Folha - Até 98, os resgates e fugas eram mais frequentes em delegacias do que nos presídios. Isso está se invertendo agora. Por quê?

Furukawa - Todo preso considerado perigoso, resgatável, imediatamente é passado para nós. Assim, os chamados resgatáveis, que têm mais dinheiro, saem da Secretaria da Segurança Pública. Foram mais de 2.800 no ano passado. É normal que aumente mais o número de fugas aqui do que lá.

Folha - No início do ano, a secretária nacional de Justiça, Elizabeth Sussekind, defendeu a criação de um órgão de inteligência nos presídios para poder antecipar, por exemplo, a megarrebelião...

Furukawa - Esse serviço de inteligência, embora não esteja sistematizado, já existe. Todos os diretores gerais e de segurança têm suas fontes de informações. É assim que armas são apreendidas, túneis são descobertos.

Folha - Mas essas informações não chegam ao senhor?
Furukawa - Não.

Folha - Isso não pode ser um incentivo à corrupção? Quem descobre um plano de fuga pode se aproveitar disso?

Furukawa - Isso precisa ser sistematizado. Acontece que as pessoas que trabalham com presos nunca tiveram essa preocupação, porque o trabalho era sempre direcionado à recuperação do preso e não para evitar facções.

Folha - Na fuga de domingo, dois recapturados tinham celular...

Furukawa - O ministro da Justiça, José Gregori, pediu estudo para a Anatel sobre o caso, um equipamento para impedir a chegada do sinal. O primeiro teste já foi feito no Distrito Federal, na semana retrasada.

 

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