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16/07/2001 - 03h28

Juiz veta desfile de modelos menores e que não estudam no Rio

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CRISTIAN KLEIN
WAGNER MATHEUS

da Folha de S.Paulo

"Fecha a porta e pede para botar a roupa." Foi com esse aviso, feito por um comissário do Juizado de Menores, que modelos brasileiras de fama internacional foram surpreendidas na tarde de ontem, enquanto se preparavam nos camarins da Semana BarraShopping de Estilo, no Rio, um dos mais importantes desfiles do país.

Algumas modelos trocavam de roupa, seminuas, quando oito comissários da 1ª Vara da Infância e da Juventude chegaram aos bastidores. "Isso é uma palhaçada. Vá tirar as crianças da rua", gritava a modelo Mariana Weickert, 19.

Os comissários foram ao desfile para fiscalizar a decisão do juiz Siro Darlan, que, na última sexta, proibiu modelos menores de 18 anos de trabalharem no evento. O juiz é o mesmo que vetou a participação de crianças na gravação de vários novelas.

Darlan, no entanto, conseguiu o apoio de uma das mais importantes modelos do país, Shirley Mallmann, 24. "Apóio a decisão do juiz. Foi muito difícil para eu começar aos 18 anos. Imagine para uma menina menor de idade."

Baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente, Siro Darlan concedeu autorização para desfilar apenas às modelos menores de 18 que estão estudando. "É uma decisão para proteger essas meninas. Elas sofrem o mesmo tipo de exploração das crianças que vendem amendoim nos sinas de trânsito, obrigadas pelos pais", disse.

A decisão de Darlan _que concedeu apenas 21 das 68 autorizações solicitadas_ gerou um caos na Semana BarraShopping de Estilo. Duas modelos internacionais, Raica Oliveira e Tatiana Rossi, ambas de 17 anos, desistiram de participar porque não poderiam comprovar os estudos.

A modelo Daniela Sarahyba, 17, precisou correr de um lado para outro na sexta, atrás da documentação. Teve de pegar o boletim no colégio e ainda achar o certificado de óbito do pai, já que era necessário a autorização dos pais.

Mesmo as modelos maiores de idade ficaram desesperadas com o risco de não desfilar. Os comissários só deixavam ir à passarela quem apresentasse documento.

A modelo Ana Beatriz Barros, 19, que esquecera o passaporte no hotel, sofria no celular, pedindo para que lhe mandassem uma cópia por fax. "Como podem achar que eu tenho cara de menor?", queixou-se, falando no celular em forma de ursinho de pelúcia.

No desfile da grife Coopa Roca, com roupas feitas por costureiras da Rocinha, as modelos protestaram, entrando com a carteira de identidade na passarela.

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