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24/09/2007 - 22h20

Agente é preso ao entrar com celulares na cadeia de líderes do PCC

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da Folha Online

O agente penitenciário Márcio Mota Ferreira, 29, foi preso em flagrante sob acusação de tentar entregar celulares a detentos da penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP), habitada por líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), entre eles Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

O agente, que atuava no GAR (Grupo de Ação Rápida), equipe de elite da unidade, foi flagrado por policiais militares na noite de domingo, quando chegava ao trabalho em carro dirigido por sua mulher. A PM encontrou em sua bolsa nove celulares, chips, cartões e R$ 1.900 em dinheiro.

De acordo com a polícia, o agente, aprovado em concurso público há cinco anos, confessou que os celulares integravam encomenda de presos da chamada P2, considerada a segunda prisão mais rígida do Estado, depois do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes, onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

Líderes de facções, como Marcola, ficam na P2 em celas individuais e são vigiados por agentes armados com armas de balas de borracha, escudo e spray de pimenta, mas têm contato com outros detentos nas quatro horas diárias de banho de sol.

Na casa de Ferreira a PM encontrou outros cinco celulares, dois cheques (total de R$ 340), dois recibos bancários (total de R$ 1.760) e R$ 21,1 mil. "O acusado disse que esse valor [R$ 21,1 mil] era o pagamento pela entrega dos celulares", disse o delegado Geraldo Takushi.

Foi a décima detenção, em pouco mais de dois anos, de servidores do sistema prisional suspeitos de corrupção no oeste do Estado, onde estão presos os principais líderes do PCC.

Distribuição

À polícia Ferreira disse ter entregado em agosto quatro celulares a presos da P2, mas não informou quem receberia os aparelhos. "Ele disse que era orientado apenas a jogar os telefones numa determinada cela, como teria feito na vez anterior. A distribuição do material ficaria a critério dos próprios presos", disse o delegado.

O serviço de inteligência da SAP monitorava a ação de agentes da unidade suspeitos de colaborar com o crime organizado. Tinha a informação que os celulares seriam jogados na cela 20 do raio dois da penitenciária, onde estão sete presos. Marcola e outros líderes do PCC estão em outro setor da prisão.

Um agente da P2 disse que a cela 20 fica em "localização estratégica" na unidade e que "em pouco tempo o material [celulares] poderia estar em qualquer raio" da prisão.

Preso em flagrante por corrupção passiva qualificada, que prevê pena de um a oito anos de prisão, Ferreira foi levado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caiuá.

A reportagem tentou contato com o advogado do agente por várias vezes, mas o celular estava desligado ou fora de área de serviço.

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que abriu procedimento para apurar o caso e que, se comprovado o crime, o funcionário "será demitido a bem do serviço público".

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