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17/07/2001 - 18h45

Dois PMs são suspeitos de matar motorista de lotação no Rio

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KARINE RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Dois policiais militares são suspeitos da morte de um motorista de lotação (transporte alternativo) ocorrida na noite de ontem em Jacarepaguá (zona oeste do Rio). Os PMs teriam tentado extorquir R$ 500 da vítima. O corpo foi algemado ao de um amigo, que conseguiu fugir pulando dentro de um rio.

É a segunda vez, em menos de uma semana, que policiais militares são acusados de tentativa de extorsão. Dez PMs da Focco (Força Tarefa de Combate ao Crime) são suspeitos de sequestrar e tentar extorquir R$ 200 mil de um taxista, na sexta-feira passada, em Piedade (zona norte).

De acordo com investigações da Polícia Civil, na noite de segunda-feira o motorista Marcus Vinicius, armado, foi cobrar de Marcelo Coelho da Luz, dono da Kombi que dirigia, o pagamento dos serviços prestados.

Eles estavam discutindo na favela Cidade de Deus (zona oeste) quando foram abordados por dois PMs do 18º Batalhão. Foram presos por porte de arma.

Segundo a Polícia Civil, os PMs teriam exigido R$ 500 para liberar a dupla. Como Vinicius e Luz não tinham o dinheiro, foram algemados um ao outro pelas mãos e colocados dentro do carro policial.

De acordo com o delegado-titular da 41ª DP, Elir Clarindo, os PMs teriam se apropriado de um celular, um cordão de ouro e R$ 30 das vítimas. Vinícius e Luz teriam ficado durante duas horas em poder dos policiais e depois transferidos para um Fiat Uno, dirigido por um homem não-identificado pela polícia.

Em seguida, a dupla foi levada para a favela Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Vinicius foi assassinado com três tiros. Luz conseguiu fugir pulando no rio e arrastando o corpo do amigo.

"Eles atiraram em um e o outro pulou na água, arrastando o cadáver. Depois nadou mais um pouco e foi resgatado por moradores das proximidades", disse o delegado.

Na manhã de hoje, em reconhecimento fotográfico, Luz acusou os soldados Waldemir Gomes Júnior e Cristiano dos Santos Durães. Os dois estavam de serviço na noite do crime.

Clarindo solicitou perícia nos carros utilizados pelo 18º BPM. Também pediu que o Corpo de Bombeiros procure dentro do rio a arma utilizada no assassinato.

Durães foi preso ontem, nas proximidades do Batalhão. Segundo o delegado, ele não tentou fugir, pois não sabia que havia sido reconhecido pelo sobrevivente. Na tarde de ontem, o delegado aguardava a apresentação do outro policial. "]O Comando da PM deve trazê-lo para cá."
 

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