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18/07/2001
-
03h50
da Folha de S.Paulo
A prefeitura publicou ontem no "Diário Oficial" mudanças na forma de remuneração das empresas de ônibus de São Paulo. Foram assinados aditivos contratuais para beneficiar as viações que cumprirem as viagens integralmente e renovarem suas frotas.
A intenção da gestão Marta Suplicy é incentivar os empresários a investir no sistema ainda este ano para conquistar passageiros. Em junho, 87 milhões de usuários foram transportados, menor número das duas últimas décadas durante um mês sem greve de motoristas e sem férias escolares.
A medida deve favorecer aqueles que estão cumprindo a renovação de frota acertada com a prefeitura dois meses atrás, em troca do reajuste da tarifa de R$ 1,15 para R$ 1,40. Até agora, os 230 ônibus entregues (de um lote de mil, até outubro) pertencem ao grupo Ruas, que detém 30% do sistema.
Apesar de incluir itens de qualidade que interferem na arrecadação das empresas, os novos aditivos ainda estão aquém do que planejava a Secretaria dos Transportes. O titular da pasta, Carlos Zarattini, dizia no primeiro semestre que a intenção era acabar com os cálculos de remuneração baseados no "sistema de pizza".
Nesse esquema, cada viação recebe um percentual predeterminado da arrecadação, independentemente da quantidade de usuários. Quem eleva a ocupação dos ônibus distribui o lucro para todos. Quem afasta passageiros, não arca sozinho com o prejuízo.
A estrutura desse sistema não será modificada pelos novos aditivos. Apenas 10% da remuneração será baseada no cumprimento de viagens, por exemplo. "Existem algumas coisas que ainda podem ser aprimoradas. Mas não cogitamos acabar com a "pizza" neste ano. Pelo tempo que temos (antes de realizar uma nova licitação, em 2002), acabaria havendo turbulência", disse Adauto Farias, 41, gerente de economia da SPTrans (São Paulo Transporte).
Outra alteração dos aditivos é para acabar com as dívidas que a prefeitura costumava acumular com as viações. Antes, as viações recebiam uma tarifa média por viagem, independentemente do valor pago por usuário. O município bancava quem pagava menos. Agora, as empresas de ônibus passam a receber a tarifa média diária da operação.
Ontem, três empresas continuavam com problemas para colocar seus veículos nas ruas. Os motoristas da Iguatemi iniciaram uma greve em razão da falta de pagamento. Na CCTC, a paralisação continuou, em protesto contra a intenção da cooperativa de reduzir os salários para cobrir dívidas. A Georgia prosseguia com problemas de manutenção dos ônibus. A Vitória voltou a operar. Os condutores da Transbraçal, que ameaçavam parar hoje por causa de atraso no convênio médico, deram mais um dia de tolerância à empresa.
(ALENCAR IZIDORO)
Viação que renova frota é favorecida
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A prefeitura publicou ontem no "Diário Oficial" mudanças na forma de remuneração das empresas de ônibus de São Paulo. Foram assinados aditivos contratuais para beneficiar as viações que cumprirem as viagens integralmente e renovarem suas frotas.
A intenção da gestão Marta Suplicy é incentivar os empresários a investir no sistema ainda este ano para conquistar passageiros. Em junho, 87 milhões de usuários foram transportados, menor número das duas últimas décadas durante um mês sem greve de motoristas e sem férias escolares.
A medida deve favorecer aqueles que estão cumprindo a renovação de frota acertada com a prefeitura dois meses atrás, em troca do reajuste da tarifa de R$ 1,15 para R$ 1,40. Até agora, os 230 ônibus entregues (de um lote de mil, até outubro) pertencem ao grupo Ruas, que detém 30% do sistema.
Apesar de incluir itens de qualidade que interferem na arrecadação das empresas, os novos aditivos ainda estão aquém do que planejava a Secretaria dos Transportes. O titular da pasta, Carlos Zarattini, dizia no primeiro semestre que a intenção era acabar com os cálculos de remuneração baseados no "sistema de pizza".
Nesse esquema, cada viação recebe um percentual predeterminado da arrecadação, independentemente da quantidade de usuários. Quem eleva a ocupação dos ônibus distribui o lucro para todos. Quem afasta passageiros, não arca sozinho com o prejuízo.
A estrutura desse sistema não será modificada pelos novos aditivos. Apenas 10% da remuneração será baseada no cumprimento de viagens, por exemplo. "Existem algumas coisas que ainda podem ser aprimoradas. Mas não cogitamos acabar com a "pizza" neste ano. Pelo tempo que temos (antes de realizar uma nova licitação, em 2002), acabaria havendo turbulência", disse Adauto Farias, 41, gerente de economia da SPTrans (São Paulo Transporte).
Outra alteração dos aditivos é para acabar com as dívidas que a prefeitura costumava acumular com as viações. Antes, as viações recebiam uma tarifa média por viagem, independentemente do valor pago por usuário. O município bancava quem pagava menos. Agora, as empresas de ônibus passam a receber a tarifa média diária da operação.
Ontem, três empresas continuavam com problemas para colocar seus veículos nas ruas. Os motoristas da Iguatemi iniciaram uma greve em razão da falta de pagamento. Na CCTC, a paralisação continuou, em protesto contra a intenção da cooperativa de reduzir os salários para cobrir dívidas. A Georgia prosseguia com problemas de manutenção dos ônibus. A Vitória voltou a operar. Os condutores da Transbraçal, que ameaçavam parar hoje por causa de atraso no convênio médico, deram mais um dia de tolerância à empresa.
(ALENCAR IZIDORO)
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