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29/09/2007 - 11h00

Apesar de ganhar R$ 5.000 para sair, músico volta ao Conjunto Nacional

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PAULO SAMPAIO
da Folha de S.Paulo

Ele ganhou R$ 5.000 para não aparecer mais com sua flauta no Conjunto Nacional, o tradicional condomínio na esquina da av. Paulista com a rua Augusta, mas ignorou o acordo.

O músico Emerson Pinto, o Pinzindim, que tocava havia 12 anos na galeria do conjunto, alega que o documento, assinado em juízo em junho deste ano, não poderia incluir a calçada do prédio. "Ninguém pode me proibir de me apresentar em um lugar público. Isso é inconstitucional."

"Ele leu e assinou o documento. Lá estava escrito: "Conjunto Nacional e entornos'", diz a síndica, Vilma Paramezza.

No documento, ao qual a Folha teve acesso, o músico se compromete a não tocar também nas calçadas.
A multa, por dia de desobediência, é R$ 380. Como o flautista ignorou o acordo, e foi flagrado pelo circuito interno da galeria, sua dívida com a Justiça está em R$ 7,6 mil.

O convite para tocar na galeria, em 1995, partiu da própria Vilma. Ela chamou também engraxates. Fazia parte de uma política para limpar as calçadas, com "responsabilidade social". Pinzindim diz que ganhava cerca de R$ 10 por dia.

A síndica diz que, com o tempo, o músico "passou dos limites": "Ele vinha tocar uma vez por semana. Depois, começou a vir todos os dias. Eu o chamei para conversar, tentar estabelecer alguns limites, mas ele foi sempre muito intransigente".

Convidado a se retirar da galeria, Pinzindim abriu um processo pedindo indenização pelo tempo em que tocou lá. "Olha pra esses ônibus passando na Paulista. Engoli muita fumaça." A idéia do acordo surgiu por conta desse pedido.

De acordo com a síndica, uma semana após receber os R$ 5 mil, Pinzindim voltou para fazer provocações.
Um dos principais problemas, diz Vilma, foi que o repertório sempre igual passou a incomodar os lojistas. "O Pedro Herz [dono da Livraria Cultura] escreveu várias cartas para o condomínio, se queixando."

A assessoria da livraria diz que Herz não tinha conhecimento do assunto. "Ahauhauha, não tinha? Bom, ele não vai mesmo perder tempo falando com vocês [Folha]. Tem de ganhar dinheiro", diz a assessora de imprensa do centro cultural do conjunto, Valquíria Iacocca.

Iacocca foi acionada após Pinzindim afirmar que, para expor na galeria do prédio, artistas chegam a pagar R$ 6 mil. Ela dá nova gargalhada: "Já viu um artista que tenha esse dinheiro? Eles pagam convites, banner, coquetel", explica.

Prestes a expor na galeria, a gerente da Associação de Designers de Produtos, Marici Vila, afirma que não vai pagar nada. "Apenas o material de divulgação e a festa", diz.

Para explicar o porquê de não escolher outro local, Pinzindim alega que já tinha criado um público na galeria. Ele conta que até tentou ir para o outro lado da rua, mas ninguém o deixou tocar ali. "Lá tem seguranças também."

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