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27/06/2000 - 18h41

Um terço dos internos da Febem é maior de 18 anos

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LARISSA SQUEFF, repórter da Folha Online

Um terço dos jovens que cumprem medida de privação de liberdade na Febem (Fundação do Bem Estar do Menor) tem mais de 18 anos. A informação é do próprio secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Edsom Ortega.

Segundo ele, há pelo menos 850 internos maiores de 18 anos na fundação, que atualmente abriga aproximadamente 2.700 adolescentes.

Ortega afirmou que a maioria dos infratores adultos, como ele classifica os maiores de 18 anos, lidera rebeliões e fugas e tem alto grau de periculosidade.

Por conta disso, o secretário esteve em Brasília com o Ministro da Justiça, José Gregori, propondo a alteração da legislação vigente.

Atualmente, o infrator que é pego cometendo um crime é levado para a Febem e cumpre a medida sócio educativa na fundação mesmo que complete 18 anos dentro da instituição.

Se um adolescente de 17 anos e 11 meses for pego cometendo algum crime, ele será levado para a Febem. Como o tempo máximo de internação na Febem é de três anos, há internos de até 21 anos dentro da fundação.

Segundo Ortega, é preciso rever a situação dos infratores adultos. O secretário afirmou que há duas maneiras de modificar a legislação: por meio de alterações no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ou através de resoluções e provimentos do Tribunal de Justiça de São Paulo, que poderia estabelecer cláusulas que regulassem as alterações.

O secretário afirmou que muitos internos maiores de 18 anos se negam a participar de qualquer atividade dentro das unidades e iniciam tumultos sem sofrer sanções.

"Se este adolescente souber que o descumprimento de determinadas tarefas vai acarretar numa transferência para o sistema prisional, garanto que seu comportamento irá mudar", disse ele.

Ortega, disse, no entanto, que não é a favor do rebaixamento penal e que a medida seria aplicada apenas para os maiores de 18 anos.

Para todos

O secretário propõe, no entanto, que todos os adolescentes internados na Febem saibam qual comportamento diminui ou aumenta o tempo de internação.

"Assim como acontece com os presos adultos, que trabalham três dias e tem um dia da pena abatido, proponho a redução da internação para aqueles que frequentem às aulas e se interessem por cursos de aperfeiçoamento", disse.

Ele também defende o trabalho para os maiores de 16 anos.

Ortega quer também que os juizes determinem previamente o tempo que os adolescentes devem ficar internados na Febem.

"A lei prevê que o tempo de internação seja indeterminado", disse. Segundo ele, a inexistência de um artigo no ECA e ou de uma lei completar que determine o tempo de permanência prejudica tanto os adolescentes quanto a própria Febem.

Ortega afirmou ainda que a liberdade do interno depende da interpretação do juiz e dos relatórios feitos mensalmente pela Febem. Ele disse que a secretária contratou novos funcionários para elaborar estes relatórios, numa tentativa de facilitar o trabalho do judiciário.

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