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06/10/2007 - 09h37

Central da PM não gravou reação aos ataques do PCC

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da Folha de S.Paulo

A investigação sobre as mortes de civis durante a reação policial aos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), no ano passado, perdeu uma de suas principais provas. Contrariando procedimentos normais de segurança, o Copom (centro de operações da Polícia) de São Paulo afirma não ter gravado as comunicações entre o órgão e os carros dos policiais acionados nos supostos confrontos.

A Polícia Militar diz que houve uma pane no aparelho que grava as comunicações do Copom na capital paulista e nega sabotagem. As conversas nem chegaram a ser gravadas, segundo a corporação. O Ministério Público classifica o episódio como "esdrúxulo" e promete investigar o caso.

Gravadores do Copom registram as ligações para o telefone 190 e as comunicações, por rádio, entre o órgão e os carros da PM acionados para atender as ocorrências policiais.

O registro dos diálogos é utilizado para esclarecer as circunstâncias de ações consideradas suspeitas. Em alguns casos, por exemplo, a gravação traz até sons dos tiros durante a ação policial, o que ajuda a avaliar a atuação dos policiais nos confrontos.

Segundo a PM, no entanto, houve interrupção no serviço entre os dias 26 de abril e 11 de julho do ano passado, conforme antecipou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo". O equipamento, que era obsoleto, teria sido encaminhado para conserto, que durou 76 dias.

72 horas

A ausência da gravação justamente em um período em que policiais são suspeitos de forjar situações de confrontos e matar civis foi descoberta em um processo criminal que apura a morte de dois adolescentes --Leandro Carmo da Silva, 15, e Laion Alcioles Soares Cancela, 17- pela Força Tática da PM.

A falha só foi confirmada depois que a Justiça determinou 72 horas para o secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, apresentar as gravações do Copom envolvendo a morte dos dois jovens.

Um dia depois de um oficial de Justiça ter entregue a notificação na secretaria, o coronel Ailton Araújo Brandão, comandante do Policiamento da Capital, encaminhou ofício à 3ª Vara do Júri de São Paulo relatando a falha. Segundo o ofício, o equipamento de gravação "parou de funcionar por problemas de desgaste natural".

A primeira onda de violência envolvendo ataques do PCC, seguida de uma reação policial, ocorreu entre os dias 12 e 19 de maio do ano passado. No total, 493 pessoas foram assassinadas no Estado, 92 delas em supostos confrontos com a PM.

"As gravações são importantes para esclarecer essas circunstâncias. Para apontar irregularidade, mas também para confirmar a legalidade da ação. Agora, vamos ter de buscar outras provas", afirmou o promotor Augusto Eduardo de Souza Rossini, que atua no processo da morte dos adolescentes. "A ausência da gravação pelo Copom pode prejudicar até mesmo a defesa dos policiais."

Segundo o assessor especial de direitos humanos da Procuradoria Geral de Justiça, Carlos Cardoso, o episódio é "esdrúxulo" e precisa ser investigado. "Por que ficaram tanto tempo sem gravar essas conversas? Isso precisa ser explicado."

Cardoso afirma que a Procuradoria vai abrir uma investigação para saber por que o Copom ficou sem o sistema de gravação durante tanto tempo.

Passado

"Esse problema [ausência de gravação] deveria ter sido resolvido o mais breve possível. Temos de saber por que não foi", afirmou o ouvidor da polícia paulista, Antonio Funari.

Segundo ele, dos quatro PMs envolvidos na ação que provocou a morte dois jovens, três tinham participado de outras ações com morte. Um deles já tinha se envolvido em outros seis casos de suposto confronto. "Isso é muito para um só policial", disse Funari.

Os PMs afirmam que os adolescentes trafegavam em um carro roubado e reagiram. Familiares afirmam que os jovens não tinham envolvimento com o crime e não sabiam dirigir.

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Comentários dos leitores
Joel Saraiva (119) 28/10/2009 00h38
Joel Saraiva (119) 28/10/2009 00h38
A Justiça tarda, mas não falha. Os ataques desse famigerado PCC, tem sido uma pedra no calcanhar da Secretária de Segurança Pública. Agora, com os serviços de inteligências aprimorados, e trabalhando a todo vapor, consegue-se com maior intensidade, informações sôbre possíveis tentativas de ataques, e com isso, rebater à altura, com medidas drásticas. O crime está ciente disso. A Polícia atuante do Estado de São Paulo, não dorme, está vigilante. Joel Carlos de Almeida Saraiva, Investigador de Polícia, dos Altos do Jaraguá, São Paulo. sem opinião
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T. Morimoto (397) 17/02/2008 01h18
T. Morimoto (397) 17/02/2008 01h18
Perdoem-me todos, vai ofender muitos, mas vou escrever. O combate à bandidagem, seria muito fácil na saudosa época dos militares. Alguns "urutús", cemitério de Perús, etc., resolveriam, sem despesas com "Faculdades do Crime" (prisões). Haviam algumas injustiças contra inocentes (seriam inocentes mesmo?), raras e suportáveis, e podiamos trabalhar e progredir, sem medo de ir e vir, e crescendo até a 11% a.a. Hoje, após a malfadada diretas já e "fora milicos", parece existir injustiça apenas contra os humanos direitos vitimados diariamente, em avassaladores números insuportáveis. Não vejo uma "luz no fim do túnel", contra esse poder maior que o do Governo (o poder dos bandidos, vitimando o povo que nada pode receber pelas violências sofridas). Governo desse tipo, não serve pra Brasil. Não conheço nenhuma família que não sofreu alguma violência de bandidos, que qdo. "executados", recebem todo o apoio da mídia e dos "direitos humanos dos bandidos", enquanto os policiais, recebem punições (além de mal pagos). 29 opiniões
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André Machado Pereira (2) 16/02/2008 21h12
André Machado Pereira (2) 16/02/2008 21h12
SAO PAULO / SP
Tudo Balela...Os ataques de 2006 tiveram um só motivo em São Paulo , Desestruturar a Candidatura Geraldo Alckmin para presidência , Como não existe ainda outra disputa Política em andamento , Duvido muito que teremos outros Ataques , De resto...como diria meu Pai , é tudo Lero lero e Bang Bang... 19 opiniões
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