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11/10/2007 - 08h06

Bombeiro diz que acidente em estrada de SC lembrou um furacão

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da Agência Folha

Dois acidentes ocorridos em seqüência na noite da última terça-feira (9) na BR-282, em Descanso (680 km de Florianópolis, SC), deixaram 27 pessoas mortas e cerca de cem feridos.

Na primeira colisão, uma carreta que tentava fazer uma ultrapassagem se chocou de frente contra um ônibus e causou a morte de sete pessoas. Enquanto ainda ocorria o resgate, o motorista de um caminhão ignorou o bloqueio na pista e avançou sobre carros e pessoas que estavam no local. Foram atingidos automóveis e atropeladas dezenas de pessoas --entre elas, passageiros, bombeiros e jornalistas.

Sem perceber que um caminhão vinha em sua direção, o bombeiro Fábio Sturm, 23, continuava o trabalho de retirada das vítimas do primeiro acidente quando ouviu uma buzina e gritos de desespero e foi jogado ao chão. Sem saber o que havia acontecido, tornou a retirar os escombros. Viu mais pessoas feridas ao seu lado. E, então, sentiu uma forte dor e desacordou.

Folha Online/Folha Online

"Não deu tempo de pensar e ver o que estava acontecendo. Estava esperando o guincho e, quando olhei para o lado, vi pessoas machucadas. Mas, ao ajudá-las, vi que estava ferido."

Sturm foi levado às pressas para o Hospital de São Miguel d'Oeste. Ontem, foi transferido para o Hospital Regional de Chapecó, onde deu entrevista.

Totalmente imobilizado, sem conseguir mexer o pescoço, foi preciso sentar ao seu lado para ouvi-lo. Debilitado, logo parou de falar.

Ele passou a manhã de quarta em exames, à espera do diagnóstico de uma fratura na coluna cervical. Ainda não sabe o que o atingiu.

Ao lado do quarto de Sturm, a operadora de caixa Márcia Bortoli, 20, estava mais animada, mesmo com um ferimento grave, que pode até lhe causar a perda dos movimentos.

Trafegando de moto pela BR com o marido, ela teve de parar com o congestionamento. Após descer da moto, foi atingida pela carreta. Teve uma fratura na coluna. O marido saiu ileso.

Furacão

O major Luiz Carlos Balsan, do Corpo de Bombeiros de Chapecó, disse que a cena "lembrou um furacão". "Eram pedaços de pau, lata, carga voando. Um poeirão subindo."

Para o soldado Derli Borkovski, 28, do Corpo de Bombeiros de Maravilha, "não tinha chegado a hora".

O soldado entrou em uma ambulância pouco antes do segundo acidente. Menos de um minuto depois, ao transportar duas vítimas, recebeu um chamado pelo rádio. "Volta, volta que houve outro acidente."

Dos dez bombeiros de Maravilha que socorriam os feridos do primeiro acidente, um morreu e seis ficaram feridos --dois em estado grave. Entre as vítimas, estavam oito pessoas de um ônibus fretado que voltava de um show do cantor Daniel, em Chapecó. Algumas morreram na batida com a carreta; outras estavam na pista e foram atropeladas pelo caminhão.

Borkovski disse que não houve falta de sinalização após o primeiro acidente. Em nota, a Prefeitura de Chapecó condenou a "criminosa irresponsabilidade" nas estradas do Estado.

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Comentários dos leitores
Fabio Schuler Leite (1) 03/11/2007 02h09
Fabio Schuler Leite (1) 03/11/2007 02h09
Gostaria de me informar mais sobre os processos de artistas,politicos e principalmente jogadores de futebol envolvidos em acidentes como esse,o que foi feito pela justica contra os acima citados? Acredito que a lei seja unica e sirva para todos,independente de raca,religiao e classe social,nao e mesmo? 19 opiniões
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dionizio barbosa (1) 02/11/2007 23h49
dionizio barbosa (1) 02/11/2007 23h49
RECIFE / PE
No Brasil, são dois pesos e duas medidas. Se é justo que um camioneiro seja preso e acusado de crime doloso (ele estava trabalhando com um caminhão sem freio) que dizer do promotor bêbado que atravessou a pista, ia em alta velocidade e atropelou e matou três? Por que, também, não está na cadeia? 24 opiniões
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Marcelo da Luz (3) 02/11/2007 23h49
Marcelo da Luz (3) 02/11/2007 23h49
CURITIBA / PR
Se fosse um promotor embriagado nem tinha ido preso, mas como é um trabalhador que conduzia um caminhão impróprio, fornecido pelo patrão, vai mofar na cadeia pro resto da vida. Ninguém mandou ser trouxa (trabalhador), se estivesse no serviço público a impunidade seria garantida por lei, aqui no Brasil trabalhadores (otários) só servem mesmo pra sustentar promotores assassinos bêbados (e Renans...), pra pagar impostos e pra ir em cana quando os equipamentos de trabalho que os patrões lhes impõe não funcionam... 34 opiniões
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