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27/07/2001 - 04h05

PM ocupa 15 presídios do Rio e de Niterói e assume a direção de sete

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
WAGNER MATHEUS
free-lance para a Folha

A PM (Polícia Militar) ocupou ontem 15 presídios no Rio e em Niterói (14 km da capital), assumindo a direção de sete deles, que tiveram os diretores exonerados pelo secretário estadual de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário, João Luiz Pinaud, por suposta adesão à greve dos agentes penitenciários.

Cerca de mil policiais participaram da ação. Até as 18h30, não havia registro de incidentes provocados pela presença dos policiais no interior das penitenciárias.

O terceiro dia da greve dos agentes foi marcado por novas tentativas de fuga e protestos de detentos nos presídios Talavera Bruce, Moniz Sodré (ambos no complexo penitenciário de Bangu) e Hélio Gomes (centro).

A detenta Maria Neucy Jesus das Silva, 23, foi baleada no braço esquerdo ao tentar fugir com outras 30 mulheres das galerias B e C. Até o início da noite, o Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) -órgão do governo estadual- não havia informado como a presa foi ferida e quem fez o disparo.

As detentas penduraram um lençol do lado de fora das janelas gradeadas com os dizeres: "Covardia. Balearam a colega. Estão nos ameaçando de morte. SOS". De acordo com a PM, a presa, internada no Hospital Penitenciário, passa bem.

O preso Paulo Luís Sena, 22, baleado anteontem na cabeça durante manifestação no Vicente Piragibe (Bangu), continua internado em estado grave no hospital Souza Aguiar.

No Moniz Sodré, um grupo de presos tentou escapar, arrombando portões. A fuga foi evitada pelos policiais militares.

No Hélio Gomes (complexo da Frei Caneca, no centro), dezenas de presos tentaram escapar. Eles chegaram a cavar um buraco de cerca de 40 cm de profundidade, mas a PM impediu a fuga.

Alguns presos aproveitaram para protestar, erguendo faixa que dizia: "Assessoria jurídica: 1.500 presos e um estagiário. Queremos nossas visitas amanhã".

A ocupação da PM deve ser mantida pelo menos até as 9h de hoje, quando os agentes realizam assembléia na entrada do complexo de Bangu para decidir a continuidade da greve.

O relações-públicas da PM, tenente-coronel Nilton Lourenço, afirmou que, dentro dos presídios, os policiais estão orientando as visitas e fiscalizando os banhos de sol, que foram suspensos pelos agentes penitenciários.

Fim da greve
O presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria de Justiça, Josias Alves Mello, disse que são grandes as chances de a greve terminar. De acordo com ele, o governo prometeu conceder um aumento de 19% para os agentes a partir de agosto. Essa é a principal reivindicação da categoria.

O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), afirmou ontem que cortará o ponto dos agentes penitenciários caso a paralisação seja mantida. Afirmou ainda que os grevistas poderão responder a inquérito.

Até as 18h de ontem, sete diretores de presídios tinham sido exonerados por Pinaud: Abel Aguiar (Bangu 2), Ivan Júnior (Bangu 3), Nilzon Gama (Bangu 4), Paulo Roberto Rocha (Sá Carvalho), José Luiz dos Santos (Talavera Bruce), Norberto de Moraes (Milton Dias Moreira) e Jalmi de Souza (Vicente Piragibe). De acordo com Pinaud, eles foram afastados do cargo porque aderiram a greve dos agentes.

O presidente do sindicato dos servidores desmentiu o secretário. Ele afirmou que os diretores afastados estavam demissionários desde o início da greve.
 

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