Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/06/2000 - 13h37

Pitta entrega licenças para camelôs e evita falar sobre as contas reprovadas

Publicidade

SÍLVIA FREIRE, repórter da Folha Online

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN), fez uma entrega festiva nesta manhã de quarta-feira (28) de licenças para 16 ambulantes portadores de deficiência trabalharem no centro da cidade.

Nos próximos dias, serão entregues outros 480 TPU (termo de permissão de uso) para ambulantes portadores de deficiências graves que estão sendo cadastrados pela Secretaria das Administrações Regionais desde 1998.

O prefeito não falou sobre a não aprovação das contas da Prefeitura de São Paulo 1999 pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) nesta terça-feira.

Pitta criticou o vice-prefeito, Regis de Oliveira (sem partido), que quando ocupou a prefeitura interinamente por decisão da Justiça e disse que iria cadastrar e regularizar os camelôs de São Paulo.

"Por uma declaração infeliz do vice-prefeito, tudo aquilo que foi feito pela prefeitura foi por água abaixo", disse pitta. Segundo ele, a sua administração foi pioneira na desocupação de ambulantes nas áreas da avenida Paulista, centro antigo, praça da República e bairros. De acordo com o prefeito, depois do anúncio de Regis, vários ambulantes voltaram a ocupar as ruas.

Pitta entregou pessoalmente a licença para o camelô mais antigo de São Paulo. Olympio Hypólito,77, que sofre de osteomelite, é ambulante há 45 anos. "Vendi tudo o que você pode imaginar", disse ele. Hoje, Hypólito vende tênis e vai voltar ao largo da Misericórdia, região central, seu antigo ponto.

Hypólito reclama da falta de segurança das ruas. "Tínhamos de ter uma proteção maior por parte dos governo. Velho e deficiente sempre é vítima da violência", disse. Momentos antes de receber a licença, Hypólito estava nervoso. "A adrenalina está a 120."

Primeiro passo

Pitta disse que a regulamentação dos ambulantes portadores de deficiência no centro da cidade é a primeira ação para "recolocar ordem na casa".

"O próximo passo é voltar os camelôs para os bolsões de comércio e devolver as ruas e calçadas aos pedestres." Segundo Pitta, as administrações regionais terão programas próprios para relocação de ambulantes em bolsões.

Em seu discurso aos ambulantes na manhã de hoje, o prefeito comparou sua situação na prefeitura com os camelôs. Ele disse que a parte da sociedade paulistana é elitista e não querem a regularização dos camelôs. "Querem que Pitta saia para não macular a imagem de São Paulo, a Nova York brasileira. Mas São Paulo é Brasil com seus problemas de empregos e segurança", disse o prefeito.

Desapontamento

Mesmo aplaudindo o prefeito e sua comitiva, muitos ambulantes que lotavam o auditório Elis Regina, no Anhembi saíram frustrados da festa. Os ambulantes acreditavam que iriam receber hoje o termo de permissão.

"O que viemos fazer aqui se só os 16 primeiros receberão o TPU", questionou Gerson Wendland, um dos 480 ambulantes que saíram sem as licenças. "O Sindicato disse que era para virmos hoje com os documentos que receberíamos o termo de permissão. Gastei R$ 22,00 de taxi para nada", disse Wendland.

O ambulante João Roberto Santos, que está cadastrado em 614º lugar (apenas os 496 deficientes considerados graves receberão as licenças) também esperava receber a permissão para trabalhar nas ruas do centro.

"Tinha permissão para trabalhar na rua, mas foi cassada. Existem mais do que os 496 ambulantes deficientes que vão receber o TPU", disse Santos que se locomove com muletas.

Quem deve assumir a Prefeitura de SP? Vote na enquete

O Pittagate vai interferir no seu voto? Vote na enquete

Leia mais sobre o Pittagate na Folha Online

Leia mais notícias de política na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online



 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página