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31/07/2001 - 21h24

Promotor abre inquérito contra depósito de cinza em Ribeirão Preto

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CLAYTON FREITAS
free-lance para a Folha Ribeirão
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha Ribeirão

O Ministério Público de Sertãozinho abriu inquérito para apurar a responsabilidade da Companhia Energética Santa Elisa, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, sobre os acidentes ocorridos em um depósito irregular de cinza orgânica, que já vitimou pelo menos nove pessoas da cidade neste ano.

O inquérito investiga a responsabilidade pelo dano ambiental. Caso seja punida, a usina pode pode ter de pagar uma indenização ao Estado. O valor da indenização só será definido após análises técnicas que vão apontar qual é a dimensão do dano à área.

Essa penalidade pode ser aplicada mesmo se a Santa Elisa for multada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), que elaborou um relatório sobre o depósito.

A usina de Sertãozinho não quis comentar a abertura do inquérito . O depósito de cinza no local provocou queimaduras nas vítimas, em sua maioria crianças. A temperatura no local, segundo medição feita por um especialista da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), chegava a 270ºC em alguns pontos.

Além do inquérito, o promotor do Meio Ambiente, Sebastião Donizeti Lopes dos Santos, determinou que a Polícia Civil de Sertãozinho abra um inquérito criminal. Ele vai apurar de quem é a responsabilidade pelas lesões causadas pelo incidente.

Ainda segundo Santos, a polícia deve realizar um levantamento de quantas pessoas se feriram na área. Além do laudo técnico da Cetesb, a Promotoria de Sertãozinho pode pedir outras perícias para avaliar o caso.

As primeiras vítimas começaram a ser ouvidas no início da tarde de hoje. O promotor não quis revelar seus nomes. O estudante William Felipe de Oliveira, 9, vai passar por uma cirurgia na quinta-feira, segundo sua família. Ele continuava ontem à tarde internado no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão. O caso do estudante é o mais grave entre os que se feriram na área.

Outro lado
O responsável pela Companhia Energética Santa Elisa, Maurílio Biagi Filho, afirmou que não comentaria o inquérito instaurado pela Promotoria de Sertãozinho, mas falou sobre o caso.

"O promotor está certo, está no papel dele", afirmou.

Ainda segundo Biagi Filho, as investigações irão mostrar que o que tem provocado as queimaduras nas pessoas não são os resíduos de produtos da usina. "Tem gente jogando lixo lá, e isso deve ser apurado."

De acordo com o empresário, a companhia energética não joga lixo na área desde 1995.

Para impedir a entrada de pessoas na área, a empresa cavou valas de até dois metros de profundidade.

A Santa Elisa, ainda segundo ele, está providenciando placas para serem afixadas no local.

Biagi afirmou que irá ajudar as pessoas que se feriram na usina, mas vai fazê-lo "dentro do justo".
 

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