Por segurança, FAB veta avião de ministro no aeroporto

Reportagem publicada na edição desta terça-feira da Folha de S.Paulo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL) revela que, apesar de liberado para jatos Learjet 35 particulares, como o que caiu no domingo, o aeroporto do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, é proibido para aeronaves iguais às que a Aeronáutica usa para transporte de ministros e de outras autoridades federais.

De acordo com o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea (Departamento de Controle de Espaço Aéreo) da Aeronáutica, o aeroporto é proibido porque "há um rigor maior [na segurança de vôo] para as autoridades", e os limites e parâmetros para permitir vôos e decolagens são mais restritivos. Segundo ele, o Campo de Marte "tem várias limitações".

"A diferença entre o Learjet que caiu e os oito do Grupo de Transporte Especial [GTE] da FAB [Força Aérea Brasileira], em que voam os ministros, é que o acidentado tinha reversor, e os militares, não", afirma a reportagem.

O brigadeiro Ramon deu dois outros exemplos de segurança extra para autoridades: o avião usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o "Aerolula", não voa com um dos reversores travados, ao contrário do Airbus de empresas privadas; e os Learjet 35 do GTE também não pousam nem decolam do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

Learjet

O avião Learjet prefixo PT-OVC havia decolado do Campo de Marte às 14h05 de domingo com dois tripulantes a bordo e destino ao Rio de Janeiro. Logo após deixar a pista, ele fez uma curva para o lado errado. De acordo com a Aeronáutica, a torre de comando chegou a alertar a tripulação sobre o erro, mas não obteve resposta.

E seguida, o jato caiu de bico sobre as casas dos números 118 e 104 da rua Bernardino de Sena. Os dois imóveis ficaram destruídos. O avião também causou danos em duas casas vizinhas, as dos números 120 e 126. O local está interditado, e os moradores que saíram ilesos foram levados pela Defesa Civil Municipal a um hotel da região.

Oito pessoas morreram, sendo os dois tripulantes e seis pessoas da mesma família, que estavam em uma das casas atingidas. Duas meninas --uma de 11 e outra de 16 anos-- ficaram feridas. A segunda permanece internada em estado grave.

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