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Perito diz que hipótese de falha humana em acidente é "mais remota"
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GABRIELA MANZINI
da Folha Online
O perito do IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Civil de São Paulo Antônio Nogueira afirmou nesta terça-feira que a hipótese de que uma falha do piloto ou do co-piloto tenha causado a queda de um Learjet sobre casas na Casa Verde (zona norte de São Paulo), no domingo (4), é "das mais remotas". "Mas é uma possibilidade."
O laudo que investiga as causas do acidente deverá ser feito em conjunto pelos peritos do IC e do Seripa 4 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica. De acordo com Nogueira, o prazo oficial para conclusão da análise seria de 30 dias "se tudo desse certo". "Só que não vai dar certo, porque tem [outros acidentes como] TAM, helicópteros." Para ele, a investigação terminará entre fevereiro e março de 2008.
Evasivo, o chefe do Seripa 4, Wagner Cyrillo Junior, reiterou que nenhum hipótese está descartada. Sobre a possibilidade de enviar partes do Learjet para análise nos Estados Unidos, ele disse que a necessidade só será definida com o andamento das apurações.
Segundo Cyrillo Junior, tanto o piloto Paulo Roberto Montezuma Firmino, 39, quanto o co-piloto Alberto Soares Junior, 25, estavam habilitados para conduzir o jato. Portanto, qualquer um dos dois poderia estar pilotando a aeronave no momento da queda.
Rastro de combustível
Mais cedo, a titular da 4ª Delegacia Seccional (região norte), Elisabete Sato, afirmou que ao menos uma das 21 testemunhas do acidente que prestaram depoimento disse ter visto um rastro de querosene sair de uma das asas do avião, pouco antes do choque. Para o perito Cyrillo Junior, porém, a testemunha, que é leiga, pode ter confundido o rastro de vapor de água normalmente deixado pelos jatos no ar com a saída de combustível.
Sato, que coletou os depoimentos das testemunhas, também evitou comentar a direção na qual seguem as investigações. Ela apresentou apenas um documento encontrado entre os escombros que indica que um dos motores do Learjet passou por uma vistoria de rotina em uma empresa chamada ABC Táxi Aéreo, de Uberlândia (MG), no último dia 24 de outubro.
O relatório da vistoria conclui que o avião estava "em condições de aeronavegabilidade".
De acordo com a delegada, a empresa Reali Táxi Aéreo, que afirma ser proprietária do jato, prometeu entregar relatórios referentes às condições do Learjet e dos pilotos --inclusive de saúde-- na próxima segunda-feira (12). O jato teria chegado naquele dia do Rio e que, depois de pousar e abastecer no Campo de Marte, decolou mais uma vez com destino ao Rio.
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