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28/06/2000 - 22h35

Morador de rua tem renda média de R$ 284

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ALENCAR IZIDORO da Folha de S.Paulo

A renda mensal da maioria dos moradores de rua da cidade de São Paulo é quase duas vezes maior que o salário pago nas frentes de trabalho da prefeitura.

O dado consta de pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), divulgada nesta quarta-feira (28) pela Secretaria Municipal de Assistência Social.

O estudo mostra que 60,4% dos que dormem nas ruas e 74,6% dos que passam a noite em albergues sobrevivem trabalhando, e não pedindo esmolas.

Entre eles, a renda média mensal é de R$ 284 e R$ 262, respectivamente.

O salário pago pela prefeitura nas frentes de trabalho é de R$ 151 (um salário mínimo). Os cadastrados, que fazem a limpeza das ruas, por exemplo, também recebem benefícios como cesta básica e vale-transporte.

Os técnicos da Fipe entrevistaram 433 pessoas que vivem nas ruas e 119 em albergues. Na primeira fase da pesquisa, anunciada em janeiro, a instituição constatou a existência de 8.704 moradores de rua na capital paulista.

"Existe o estereótipo de que essa população não trabalha. As ocupações que eles desempenham são restritas, mas eles exercem atividades regulares", afirmou a coordenadora do estudo, Silvia Maria Schor.

Entre os que passam a noite nas ruas, a principal atividade de renda é o recolhimento de lata, papel e outros objetos (46,8%). Em seguida aparecem outras ocupações (25,4%), guardador de carro (15,4%) e vendedor (10,7%).

Dos que dormem em albergues, o item outras ocupações lidera (28,9%), seguido de catador (18,1%) e pedreiro (15,7%).

Para a secretária da Assistência Social, Alda Marco Antonio, o levantamento da Fipe confirma a viabilidade da implantação de pensões municipais para os moradores de rua a um custo diário de R$ 1. "Eles não gastariam mais de R$ 30 por mês."

No início do ano, a secretária havia prometido abrir 500 vagas em pensões municipais. A idéia não foi para a frente, segundo ela, porque técnicos da prefeitura alertaram que a legislação proibia essa cobrança.

Alda aproveitou a divulgação da pesquisa para anunciar um pacote de medidas para a população de rua. Uma delas é a construção de banheiros públicos. O estudo indicou que 49% daqueles que dormem nas ruas fazem as necessidades fisiológicas no local.

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