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09/08/2001 - 02h50

Aeronáutica vai analisar "caixa-preta" do helicóptero da família Diniz

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ALESSANDRO SILVA
da Folha de S. Paulo

Depois de descartar falhas de motor, a Aeronáutica abrirá a "caixa-preta" do helicóptero do empresário João Paulo Diniz, que caiu no litoral norte de São Paulo matando duas pessoas, para reconstituir o vôo da aeronave no exato momento do acidente.

A "caixa-preta", no caso, são os instrumentos usados por piloto e co-piloto na cabine de comando, os quais travam, normalmente, com as informações que registravam no instante anterior à queda.

É por meio deles que será possível verificar, por exemplo, o rumo que o helicóptero seguia, sua altitude, a velocidade e a pressão do combustível para o motor.

Uma das hipóteses sobre a queda é que a aeronave voava baixo demais e acabou atingida por uma rajada de vento forte ou mesmo por uma grande onda. No final de tarde do dia 27 de julho, o litoral norte de São Paulo sofria a ação de um ciclone.

A modelo Fernanda Vogel, 20, e o piloto Ronaldo Jorge Ribeiro, 47, morreram no mar após a queda. Diniz e o co-piloto Luiz Roberto de Araújo Cintra, 35, conseguiram chegar nadando à praia.

A Aeronáutica investiga o mau tempo e possíveis falhas humanas como causas do acidente.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) afirma que o piloto não precisaria estar sobre o mar se estivesse seguindo a rota normal São Paulo-Maresias, onde caiu a cerca de 3 km da costa. Por motivos ainda ignorados, ele saiu do percurso habitual.

Os instrumentos do helicóptero modelo A109 Power da fabricante italiana Agusta estão no Centro Técnico Aerospacial da Aeronáutica, em São José dos Campos.

Diferentemente do avião, esse tipo de aeronave não possui caixa-preta (equipamento que grava os procedimentos durante o vôo).

Anteontem, o Departamento de Aviação Civil, ligado ao Ministério da Aeronáutica, divulgou não ter encontrado problema nos motores do aparelho. Dotado de duas turbinas, a aeronave, segundo o fabricante, poderia ficar no ar com apenas um dos motores.

Quebra-cabeça
Por enquanto, a Aeronáutica não divulgou se o piloto esteve em contato com o controle de tráfego aéreo de São Paulo. De acordo com o Cenipa, as gravações dessas comunicações serão resgatadas. É assim que os técnicos pretendem descobrir se o ele comunicou a alteração no plano de vôo e se consultou as mudanças nas condições do tempo no litoral.

As cartas do tempo, que ficam disponíveis nos aeroportos, informavam com dois dias de antecedência que haveria mau tempo.

Depoimento
O proprietário do heliporto de Maresias, Celso Amaral, vai ser intimado pela Polícia Civil a depor no inquérito que apura as causas do acidente.

O delegado de São Sebastião Odair Bruzzos, responsável pelo caso, deve ainda falar com os pilotos que, mesmo com o mau tempo, chegaram ao heliporto sobre as condições de vôo no dia.


 

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