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10/08/2001 - 13h26

Co-piloto do Pão de Açúcar diz que viu o piloto se afogar

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LÍVIA MARRA
da Folha Online

O co-piloto Luiz Roberto de Araújo Cintra disse hoje, durante entrevista coletiva, que viu o piloto do helicóptero do Grupo Pão de Açúcar, Ronaldo Jorge Ribeiro, 47, se afogar após o acidente ocorrido dia 27 em Maresias. Embora não saiba nadar bem, o co-piloto disse que tentou nadar também ao lado da modelo Fernanda Vogel.

Ele contou que após a queda da aeronave, Cintra, Ribeiro, a modelo, e o empresário João Paulo Diniz ficaram por cerca de cinco minutos sobre o helicóptero, decidindo o que fazer. O grupo acabou se separando.

"Quando o helicóptero afundou, as ondas eram muito fortes. Houve uma separação: o João com a Fernanda, eu com o Ribeiro. Eu vi os dois nadando para frente, mas o piloto não conseguia nadar. Ele conseguia boiar, mas não se movia", disse.

Segundo Cintra, o acidente aconteceu "muito rápido". Ele disse ficou o tempo todo ao lado do piloto. Cintra contou que voltou a nadar rumo à praia somente após o colega perder os sentidos.

O piloto havia ingerido muita água. Com o acidente, houve vazamento de querosene na água ingerida pelo piloto, que pode ter sido intoxicado.

"O mar estava muito revolto. Nunca tinha vivido uma situação como essa. Estava escuro, tinha querosene na água, uma mistura letal. Tentei nadar com ele, mas quando ele perdeu os sentidos e virou de bruços, continuei nadando", disse.

Cintra disse ainda que o piloto pode ter se machucado durante a queda, embora não reclamasse de dor.

"Não sei, mas ele [Ribeiro] pode ter se machucado durante a queda. Ele não reclamava de dor, mas não reagir. Dizia que havia bebido muita água. Não conseguia se mover", afirmou o co-piloto.

Cintra disse ainda que tentou salvar também a modelo Fernanda Vogel. Os dois foram separados pelas ondas.

"Depois que deixei o Ribeiro continuei nadando. Vi uma cabecinha, que era da Fernanda, chamei pelo João, por ela, mas não responderam. Ela disse que havia se perdido do João Paulo, que ele teria ido pedir ajuda. Falei para irmos nadando cachorrinho, mas o mar estava muito mexido, e acabamos nos distanciando. Comecei a ficar desesperado e tomei a decisão de seguir para não morrer", disse.

Leia especial sobre acidente com o helicóptero de João Paulo Diniz

 

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