Publicidade
Publicidade
23/08/2001
-
22h58
da Folha de S.Paulo
Baseada em 11,8 mil famílias cadastradas nos programas sociais da prefeitura, a gestão Marta Suplicy diz ter encontrado um perfil diferenciado da pobreza na capital paulista, que vai orientar as prioridades do governo petista: 64,7% dos jovens pobres chegaram ao ensino médio, 77,1% nasceram no Estado de São Paulo e 82,8% não têm filhos. Eles representam um terço dos beneficiados pelos programas.
Os números se contrapõem aos da "velha pobreza", que tem 93,8% dos integrantes com ensino fundamental (1ª a 8ª séries), 74,7% nascidos em outros Estados, 46,2% com até dois filhos e 26,4% com três filhos ou mais.
A "nova pobreza" a que se refere Márcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, é representada por jovens de 16 a 20 anos. A "velha pobreza" são as demais pessoas cadastradas em programas como Renda Mínima e Começar de Novo. Os números são de um levantamento feito desde abril.
Pochmann diz ver uma tendência de expansão da "nova pobreza", que tem alta escolaridade e poucos filhos, e afirma que as ações governamentais até agora não atingiram essa população.
"Não adianta seguir as políticas tradicionais. Senão, quando acaba a bolsa do programa, a pessoa volta para a linha de pobreza. Essa mudança de perfil ganhou dimensão nos anos 90, após problemas sérios de desemprego."
A alternativa para atingir esse público, segundo ele, não é dar, isoladamente, mais estudo, leite e comida, mas oferecer acesso ao crédito e estimular micro e pequenos empreendimentos, para viabilizar autonomia financeira.
Os "novos pobres", segundo ele, representam um terço dos beneficiados pelos projetos sociais de Marta. A estimativa é que, atualmente, haja 309 mil famílias, ou 1,3 milhão de paulistanos, vivendo abaixo da linha de pobreza. O rendimento médio das famílias cadastradas no Renda Mínima até agora é de R$ 188,10. Tendo como referência parâmetros do Banco Mundial, Pochmann projeta um rendimento familiar mensal de até R$ 299,28 como sendo abaixo da linha de pobreza.
Cartões
O secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade confirmou hoje que a população atendida por projetos sociais na capital poderá ter dois cartões diferenciados para sacar os recursos disponíveis: um do governo municipal e outro do federal.
Prefeitura e União têm programas independentes, mas com características parecidas, de complementação da renda para famílias que têm filhos na escola: Renda Mínima e Bolsa-Escola, respectivamente. A idéia inicial era ter um cadastro único e que os beneficiados utilizassem um só cartão. Não houve acordo, porém, para que a "marca" dos dois governos fosse divulgada.
Segundo Pochmann, São Paulo deverá ter acesso à verba da União para esse programa no próximo mês. Ele critica, porém, o repasse federal, de R$ 27, em média, por família. No projeto da prefeitura, a média é de R$ 117,30 por família. Mas Pochmann admite, conforme divulgou a Folha ontem, que não será possível aplicar este ano toda a verba disponível para o Renda Mínima.
Perfil de jovens pobres em São Paulo revela aumento de escolaridade
Publicidade
Baseada em 11,8 mil famílias cadastradas nos programas sociais da prefeitura, a gestão Marta Suplicy diz ter encontrado um perfil diferenciado da pobreza na capital paulista, que vai orientar as prioridades do governo petista: 64,7% dos jovens pobres chegaram ao ensino médio, 77,1% nasceram no Estado de São Paulo e 82,8% não têm filhos. Eles representam um terço dos beneficiados pelos programas.
Os números se contrapõem aos da "velha pobreza", que tem 93,8% dos integrantes com ensino fundamental (1ª a 8ª séries), 74,7% nascidos em outros Estados, 46,2% com até dois filhos e 26,4% com três filhos ou mais.
A "nova pobreza" a que se refere Márcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, é representada por jovens de 16 a 20 anos. A "velha pobreza" são as demais pessoas cadastradas em programas como Renda Mínima e Começar de Novo. Os números são de um levantamento feito desde abril.
Pochmann diz ver uma tendência de expansão da "nova pobreza", que tem alta escolaridade e poucos filhos, e afirma que as ações governamentais até agora não atingiram essa população.
"Não adianta seguir as políticas tradicionais. Senão, quando acaba a bolsa do programa, a pessoa volta para a linha de pobreza. Essa mudança de perfil ganhou dimensão nos anos 90, após problemas sérios de desemprego."
A alternativa para atingir esse público, segundo ele, não é dar, isoladamente, mais estudo, leite e comida, mas oferecer acesso ao crédito e estimular micro e pequenos empreendimentos, para viabilizar autonomia financeira.
Os "novos pobres", segundo ele, representam um terço dos beneficiados pelos projetos sociais de Marta. A estimativa é que, atualmente, haja 309 mil famílias, ou 1,3 milhão de paulistanos, vivendo abaixo da linha de pobreza. O rendimento médio das famílias cadastradas no Renda Mínima até agora é de R$ 188,10. Tendo como referência parâmetros do Banco Mundial, Pochmann projeta um rendimento familiar mensal de até R$ 299,28 como sendo abaixo da linha de pobreza.
Cartões
O secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade confirmou hoje que a população atendida por projetos sociais na capital poderá ter dois cartões diferenciados para sacar os recursos disponíveis: um do governo municipal e outro do federal.
Prefeitura e União têm programas independentes, mas com características parecidas, de complementação da renda para famílias que têm filhos na escola: Renda Mínima e Bolsa-Escola, respectivamente. A idéia inicial era ter um cadastro único e que os beneficiados utilizassem um só cartão. Não houve acordo, porém, para que a "marca" dos dois governos fosse divulgada.
Segundo Pochmann, São Paulo deverá ter acesso à verba da União para esse programa no próximo mês. Ele critica, porém, o repasse federal, de R$ 27, em média, por família. No projeto da prefeitura, a média é de R$ 117,30 por família. Mas Pochmann admite, conforme divulgou a Folha ontem, que não será possível aplicar este ano toda a verba disponível para o Renda Mínima.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice