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25/08/2001
-
17h30
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
O buraco em que foram enterrados os corpos dos seis empresários portugueses mortos em Fortaleza teria sido aberto dois dias antes da chegada deles ao Brasil. Isso indica que o crime teria sido premeditado.
A denúncia foi feita hoje à tarde à Polícia Federal por Antônio Francisco da Costa. Costa contou que recebeu R$ 10 pelo serviço.
Segundo ele, o português Luís Miguel Melitão Guerreiro, principal suspeito pela morte dos seis empresários, teria dito que queria construir uma fossa na cozinha de sua barraca, conhecida como Vela Latina, onde foram enterrados os portugueses. O buraco foi aberto dia 10 _os portugueses desembarcaram em Fortaleza dia 12, mesmo dia em que foram mortos.
Pela manhã, Guerreiro foi levado ao Instituto Médico Legal para ver os corpos dos portugueses. Na sede da PF, em entrevistas aos repórteres, admitiu que foi "uma monstruosidade" o que foi feito com os portugueses.
"Eu lamento o que aconteceu. Não há nada no mundo que pague a morte de alguém. Eram seis homens bons. Agora, o que mais me pesa é o sofrimento da minha família, da minha mulher."
A mulher de Guerreiro, Maria Leandro Cavalcante, grávida de três meses, foi liberada ontem à tarde. Ela havia sido presa junto com o marido em Barra do Corda, interior do Maranhão.
Acusado nega
No depoimento prestado à tarde, Guerreiro voltou a negar que tenha participado das mortes dos empresários.
Ele afirmou que foi coagido pelos seguranças da boate Leonardo Souza Santos, Jurandir Pereira Ferreira e Raimundo Martins a pegar os cartões de crédito e de banco e as senhas dos portugueses. Martins foi preso hoje. Os outros dois, que indicaram onde estavam os corpos, foram detidos ontem.
Para a Polícia Federal, não há dúvidas de que Guerreiro tenha sido o mandante do crime. A principal evidência, para a polícia, seriam as imagens de vídeo que mostram ele sacando grandes quantias em caixas eletrônicos. A polícia apreendeu com Guerreiro R$ 15 mil.
Os corpos dos empresários portugueses Joaquim Silva Mendes, 52, Joaquim Manuel Pestana, 49, Manuel Joaquim Barros, 55, Joaquim Fernandes Martins, 57, Antônio Correia Rodrigues, 42, e Vítor Manuel Martins, 53, estavam enterrados na cozinha da barraca Vela Latina, localizada na Praia do Futuro, uma das mais frequentadas de Fortaleza.
Assim que os seis chegaram a Fortaleza, foram recepcionados por Guerreiro e levados para a barraca, onde estavam, ainda, outras quatro pessoas: os três seguranças e o cunhado de Guerreiro, Manoel Lourenço Cavalcante, conhecido como Cláudio. Este estava foragido até o final desta tarde.
No local, Guerreiro teria colocado drogas nas bebidas dos empresários para deixá-los desacordados e conseguir as senhas dos cartões de crédito e de banco mais facilmente. Segundo os seguranças, Guerreiro teria dado a ordem para o início do assalto quando os portugueses manifestaram a intenção de ir embora da barraca. Ele teria dito: "é agora ou nunca".
Segundo a Polícia Federal, Guerreiro teria deixado os portugueses na barraca com os seguranças para checar se as senhas eram verdadeiras. Depois de confirmá-las, ele teria telefonado para autorizar as mortes.
Nos depoimentos, os seguranças contaram que Guerreiro decidiu matar os portugueses para abafar o golpe. Os seis empresários foram mortos com tiros, facadas e pauladas.
Guerreiro e o seu cunhado alugaram a barraca em fevereiro para montar uma boate, mas há um mês o negócio estava sem funcionar.
O filho de Manuel Joaquim Barros, Clemente Barros, e um advogado da família chegaram ontem a Fortaleza para cuidar da liberação dos corpos junto com o cônsul português Carlos Pimentel de Matos.
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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
O buraco em que foram enterrados os corpos dos seis empresários portugueses mortos em Fortaleza teria sido aberto dois dias antes da chegada deles ao Brasil. Isso indica que o crime teria sido premeditado.
A denúncia foi feita hoje à tarde à Polícia Federal por Antônio Francisco da Costa. Costa contou que recebeu R$ 10 pelo serviço.
Segundo ele, o português Luís Miguel Melitão Guerreiro, principal suspeito pela morte dos seis empresários, teria dito que queria construir uma fossa na cozinha de sua barraca, conhecida como Vela Latina, onde foram enterrados os portugueses. O buraco foi aberto dia 10 _os portugueses desembarcaram em Fortaleza dia 12, mesmo dia em que foram mortos.
Pela manhã, Guerreiro foi levado ao Instituto Médico Legal para ver os corpos dos portugueses. Na sede da PF, em entrevistas aos repórteres, admitiu que foi "uma monstruosidade" o que foi feito com os portugueses.
"Eu lamento o que aconteceu. Não há nada no mundo que pague a morte de alguém. Eram seis homens bons. Agora, o que mais me pesa é o sofrimento da minha família, da minha mulher."
A mulher de Guerreiro, Maria Leandro Cavalcante, grávida de três meses, foi liberada ontem à tarde. Ela havia sido presa junto com o marido em Barra do Corda, interior do Maranhão.
Acusado nega
No depoimento prestado à tarde, Guerreiro voltou a negar que tenha participado das mortes dos empresários.
Ele afirmou que foi coagido pelos seguranças da boate Leonardo Souza Santos, Jurandir Pereira Ferreira e Raimundo Martins a pegar os cartões de crédito e de banco e as senhas dos portugueses. Martins foi preso hoje. Os outros dois, que indicaram onde estavam os corpos, foram detidos ontem.
Para a Polícia Federal, não há dúvidas de que Guerreiro tenha sido o mandante do crime. A principal evidência, para a polícia, seriam as imagens de vídeo que mostram ele sacando grandes quantias em caixas eletrônicos. A polícia apreendeu com Guerreiro R$ 15 mil.
Os corpos dos empresários portugueses Joaquim Silva Mendes, 52, Joaquim Manuel Pestana, 49, Manuel Joaquim Barros, 55, Joaquim Fernandes Martins, 57, Antônio Correia Rodrigues, 42, e Vítor Manuel Martins, 53, estavam enterrados na cozinha da barraca Vela Latina, localizada na Praia do Futuro, uma das mais frequentadas de Fortaleza.
Assim que os seis chegaram a Fortaleza, foram recepcionados por Guerreiro e levados para a barraca, onde estavam, ainda, outras quatro pessoas: os três seguranças e o cunhado de Guerreiro, Manoel Lourenço Cavalcante, conhecido como Cláudio. Este estava foragido até o final desta tarde.
No local, Guerreiro teria colocado drogas nas bebidas dos empresários para deixá-los desacordados e conseguir as senhas dos cartões de crédito e de banco mais facilmente. Segundo os seguranças, Guerreiro teria dado a ordem para o início do assalto quando os portugueses manifestaram a intenção de ir embora da barraca. Ele teria dito: "é agora ou nunca".
Segundo a Polícia Federal, Guerreiro teria deixado os portugueses na barraca com os seguranças para checar se as senhas eram verdadeiras. Depois de confirmá-las, ele teria telefonado para autorizar as mortes.
Nos depoimentos, os seguranças contaram que Guerreiro decidiu matar os portugueses para abafar o golpe. Os seis empresários foram mortos com tiros, facadas e pauladas.
Guerreiro e o seu cunhado alugaram a barraca em fevereiro para montar uma boate, mas há um mês o negócio estava sem funcionar.
O filho de Manuel Joaquim Barros, Clemente Barros, e um advogado da família chegaram ontem a Fortaleza para cuidar da liberação dos corpos junto com o cônsul português Carlos Pimentel de Matos.
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