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31/08/2001 - 13h19

Eliane Cantanhêde: "Alckmia" eleitoral

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da Folha de S.Paulo

Leia abaixo texto publicado na edição de hoje da Folha de S.Paulo:

Ontem foi o dia em que Geraldo Alckmin finalmente encarnou Mário Covas e aquele voluntarismo espanhol. Só que... Geraldo Alckmin não é Mário Covas.

O governador estava em Jundiaí, participando de um encontro sobre segurança pública (ora, veja!), quando Silvio Santos praticamente exigiu a presença dele para avalizar um acordo que garantisse sua liberdade e a vida do sequestrador.

Alckmin voltou correndo a São Paulo, reuniu-se com o comando de segurança e com "outros assessores" (políticos? de comunicação? de marketing?) e decidiu participar da negociação. Uma decisão arriscada em todos os aspectos.

Ao contrário do que disse Patrícia Abravanel naquela entrevista no mínimo patética, o bandido não tem nada de bonzinho nem de santo, muito menos se rendeu a Deus. É, meramente, um sanguinário que sequestrou uma moça indefesa e matou dois policiais civis. Aliás, as grandes vítimas.

O governador, portanto, deveria respirar fundo, ser pragmático e não cair na armadilha do bandido. A novela teve um final feliz para a família. Patrícia saiu alegríssima, Silvio Santos escapou ileso, o bandido foi preso. Mas... se o refém fosse outro, o governador iria? E se o sequestrador resolvesse ter não um, mas dois reféns? E se descontasse sua raiva do mundo no governador?

Como disse o próprio secretário de Segurança, Marco Vinicio Petreluzzi, "mente criminosa é imprevisível". Alckmin, portanto, jogou o cargo de governador numa espécie de roleta e abriu um precedente perigoso. Daqui em diante, qualquer sequestrador se sentirá no direito de exigir a presença de governadores. E se um deles tiver juízo e não se sentir no dever de ir?

Não será surpresa se Alckmin disparar nas próximas pesquisas. Para governador, presidente, delegado ou lixeiro. O lucro político, porém, não torna seu ato automaticamente digno de elogios, apenas de uma boa autocrítica. Há formas bem mais seguras de encarnar Mário Covas.


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