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01/09/2001
-
16h06
da Revista da Folha
A RELIGIÃO
Judaísmo:
"Perdoar não é uma ordem divina, depende de uma iniciativa da vítima. É muito louvável, mas não é uma exigência.
Um dia antes do Iom Kipur (dia do perdão), os judeus pedem perdão uns aos outros para, então, pedir o perdão a Deus."
(Henry Sobel, 57, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista)
Catolicismo:
"Não há nada mais cristão do que o perdão aos inimigos. Jesus exige um gesto de abertura ampla. Para o catolicismo, o perdão é a única maneira de a sociedade descobrir um novo caminho."
(Fernando Altemeyer Jr., 44, professor do Departamento de Teologia da PUC-SP)
Pentecostismo:
"O perdão é a base, essência para os evangélicos. Deus enviou Jesus para perdoar nossos pecados. O perdão verdadeiro é geral e irrestrito, mas isso não isenta as pessoas de sofrerem as penalidades da lei. Eles se redimirão cumprindo a pena."
(Arlindo Barreto, 48, pastor da Igreja Batista de São Paulo)
Budismo:
"Não temos condições de julgar ninguém, portanto não há perdão no budismo. O que buscamos é tentar compreender quem nos tenha ofendido e transformar nossa indignação em compaixão."
(Coen de Souza, 54, monja budista da tradição japonesa Soto Zen)
A JUSTIÇA
Não existe a figura do perdão. Diante de um crime, há uma ação pública, que independe da manifestação da vítima. A exceção são as ações penais privadas (injúria, difamação, calúnia, estupro), quando cabe à vítima entrar com o processo. Mas o presidente da República pode conceder dois tipos de perdão: um deles é o indulto, uma espécie de comutação geral (liberar todos os presidiários em fase terminal de Aids, por exemplo). Existe também a "graça", em que um decreto presidencial concede o perdão de uma pena específica, pessoal, mas é raríssima no Brasil.
A PSICANÁLISE
"Pela psicanálise, o perdão é a reparação de ataques aos objetos de amor. O perdão traz gratidão e conforto psíquicos, libertando o fluxo de interação amorosa e receptividade, sobretudo a quem perdoa."
(Daniel Delouya, 42, psicanalista)
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Revista da Folha: Religião, Justiça e psicanálise analisam perdão
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"Perdoar não é uma ordem divina, depende de uma iniciativa da vítima. É muito louvável, mas não é uma exigência.
(Henry Sobel, 57, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista)
Catolicismo:
"Não há nada mais cristão do que o perdão aos inimigos. Jesus exige um gesto de abertura ampla. Para o catolicismo, o perdão é a única maneira de a sociedade descobrir um novo caminho."
(Fernando Altemeyer Jr., 44, professor do Departamento de Teologia da PUC-SP)
Pentecostismo:
"O perdão é a base, essência para os evangélicos. Deus enviou Jesus para perdoar nossos pecados. O perdão verdadeiro é geral e irrestrito, mas isso não isenta as pessoas de sofrerem as penalidades da lei. Eles se redimirão cumprindo a pena."
(Arlindo Barreto, 48, pastor da Igreja Batista de São Paulo)
Budismo:
"Não temos condições de julgar ninguém, portanto não há perdão no budismo. O que buscamos é tentar compreender quem nos tenha ofendido e transformar nossa indignação em compaixão."
(Coen de Souza, 54, monja budista da tradição japonesa Soto Zen)
A JUSTIÇA
Não existe a figura do perdão. Diante de um crime, há uma ação pública, que independe da manifestação da vítima. A exceção são as ações penais privadas (injúria, difamação, calúnia, estupro), quando cabe à vítima entrar com o processo. Mas o presidente da República pode conceder dois tipos de perdão: um deles é o indulto, uma espécie de comutação geral (liberar todos os presidiários em fase terminal de Aids, por exemplo). Existe também a "graça", em que um decreto presidencial concede o perdão de uma pena específica, pessoal, mas é raríssima no Brasil.
A PSICANÁLISE
"Pela psicanálise, o perdão é a reparação de ataques aos objetos de amor. O perdão traz gratidão e conforto psíquicos, libertando o fluxo de interação amorosa e receptividade, sobretudo a quem perdoa."
(Daniel Delouya, 42, psicanalista)
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