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30/06/2000 - 20h38

Em junho, número de incêndios em matas do Rio de Janeiro é maior do que no resto do ano

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MARCELO CORTEZ, free-lance para a Folha

O número de incêndios que atingiram as matas do Estado do Rio de Janeiro em junho já supera o de todos os meses anteriores deste ano. Foram 1.117, contra 1.067 registrados entre janeiro e maio. No ano passado, o recorde aconteceu no mês de agosto, com 1.108 registros.

Segundo o major Nelson José Campos, do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros, junho teve um recorde de registros diários, atingindo nesta sexta 71 chamadas até as 14h. Ele informou que os incêndios estão concentrados na capital do Estado.

No mesmo mês, segundo o centro de operações, o pior incêndio foi o da reserva biológica de Poço das Antas, no município de Silva Jardim (110 km do Rio). Na reserva foram destruídos quase 500 hectares da mata, local de refúgio do mico-leão dourado, uma espécie ameaçada de extinção.

A escassez de chuvas também está causando diminuição dos estoques de reservatórios responsáveis pelo abastecimento de várias cidades do Estado.

Segundo o chefe do Departamento de Planejamento de Operações de Furnas Centrais Elétricas, Carlos Eduardo Almeida Silva, está sendo necessária a geração de energia por meio de usinas termoelétricas.

O reservatório de Funil, próximo de Resende (região sul do Estado), opera atualmente com 15% de seu volume. "Desde 1970, o nível mais baixo tinha sido de 21%", diz o engenheiro. Funil é um dos mais importantes reservatórios do Rio, responsável por grande parte do fornecimento de água da adutora do Guandu.

Para o serviço de meteorologia, a falta de chuvas nesta época do ano é normal. Luís Carlos Austin, meteorologista e chefe do Inmet-RJ (Instituto Nacional de Meteorologia), diz que o período entre junho e agosto tradicionalmente tem baixos índices de chuva.

De acordo com Austin, "a única fonte de água que podemos esperar são as frentes frias". Ele diz que o ideal para diminuir a taxa de poluição na cidade e os incêndios seria uma frente fria permanecer na região por "três ou quatro dias", provocando a ocorrência de chuvas fracas e persistentes durante o período.

Para o Grupamento Florestal do Corpo de Bombeiros, é preciso também mais infra-estrutura. "Em primeiro lugar, para o combate efetivo, o que ainda falta é um avião, que possa jogar água nos focos de incêndio", disse o major Fábio Meirelles, subcomandante do grupamento.

Dos 130 homens que formam o grupamento, 80 estavam em operação nesta sexta.

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