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30/06/2000
-
21h06
LUANA GARCIA, repórter da Folha Online
As vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping vão criar uma associação para processar a distribuidora Ultragaz S/A, responsável, na época do acidente, pelo fornecimento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ao estabelecimento.
Para isso, cerca de 20 vítimas marcaram para este sábado (1º) uma audiência no Fórum da Cidadania, que acontece todos os sábados na sede do sindicato dos jornalistas, na região central de São Paulo. Nessa reunião eles vão definir os detalhes a respeito da associação e dos procedimentos a serem tomados em uma eventual ação civil contra a distribuidora. A empresa não se manifestou sobre o assunto.
A explosão, que completou quatro anos no dia 11 de junho, foi provocada por um vazamento de gás de cozinha nas tubulações que ficavam em um vão sem ventilação entre o solo e o piso do shopping. Ao todo, 42 pessoas morreram e outras 163 ficaram feridas.
Na audiência, além da associação, os próprios administradores do Osasco Plaza Shopping estarão expondo o sistema de indenizações e o trabalho de auxílio às vítimas que vem sendo realizado nos últimos quatro anos.
"O fórum, criado em fevereiro deste ano, tem como objetivo principal discutir os movimentos da sociedade em favor da cidadania", afirma o jornalista Jorge Zápia, um dos organizadores. "Apoiamos a luta pelo movimento das vítimas. Fomos convidados a discutir a posição do shopping e, como um órgão democrático, estamos abertos", afirma.
Segundo ele, além de jornalistas, as audiências do fórum agregam várias entidades, como o Movimento Reage São Paulo, a Força Sindical e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Justiça
De acordo com Orlando Malagoli, 45, organizador da associação de vítimas da explosão do shopping, o projeto teria como objetivo procurar auxílio às vítimas que, segundo ele, encontram-se em situação precária, e exigir da Justiça explicações sobre o porquê da Ultragaz nunca ter sido incluída como ré no processo criminal.
"O acidente foi com gás e a distribuidora nunca respondeu no processo", afirma Malagoli. "Nós vivemos em um país onde só há justiça para os pequenos, não para os grandes, como a Ultragaz."
O objetivo da associação, segundo Malagoli, é reunir todas as vítimas da explosão. "Até ontem, só 20 confirmaram presença no fórum, mas já estamos entrando em contato com todas", conta.
A filha de Malagoli, Janaína, que tinha 17 anos na época da explosão, teve fratura na tíbia (osso do joelho) e sofre as consequências do acidente até hoje. "O shopping já fez tudo o que estava ao seu alcance. Não temos mais a quem recorrer", diz.
Outro lado
O advogado da Ultragaz, Luíz Francisco de Carvalho, afirma que a empresa só deverá se pronunciar quando alguma ação for efetivamente movida pela associação.
A assessoria de imprensa da companhia não foi localizada pela reportagem da Folha Online para se pronunciar a respeito.
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Vítimas de explosão em shopping de Osasco vão processar Ultragaz
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As vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping vão criar uma associação para processar a distribuidora Ultragaz S/A, responsável, na época do acidente, pelo fornecimento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) ao estabelecimento.
Para isso, cerca de 20 vítimas marcaram para este sábado (1º) uma audiência no Fórum da Cidadania, que acontece todos os sábados na sede do sindicato dos jornalistas, na região central de São Paulo. Nessa reunião eles vão definir os detalhes a respeito da associação e dos procedimentos a serem tomados em uma eventual ação civil contra a distribuidora. A empresa não se manifestou sobre o assunto.
A explosão, que completou quatro anos no dia 11 de junho, foi provocada por um vazamento de gás de cozinha nas tubulações que ficavam em um vão sem ventilação entre o solo e o piso do shopping. Ao todo, 42 pessoas morreram e outras 163 ficaram feridas.
Na audiência, além da associação, os próprios administradores do Osasco Plaza Shopping estarão expondo o sistema de indenizações e o trabalho de auxílio às vítimas que vem sendo realizado nos últimos quatro anos.
"O fórum, criado em fevereiro deste ano, tem como objetivo principal discutir os movimentos da sociedade em favor da cidadania", afirma o jornalista Jorge Zápia, um dos organizadores. "Apoiamos a luta pelo movimento das vítimas. Fomos convidados a discutir a posição do shopping e, como um órgão democrático, estamos abertos", afirma.
Segundo ele, além de jornalistas, as audiências do fórum agregam várias entidades, como o Movimento Reage São Paulo, a Força Sindical e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Justiça
De acordo com Orlando Malagoli, 45, organizador da associação de vítimas da explosão do shopping, o projeto teria como objetivo procurar auxílio às vítimas que, segundo ele, encontram-se em situação precária, e exigir da Justiça explicações sobre o porquê da Ultragaz nunca ter sido incluída como ré no processo criminal.
"O acidente foi com gás e a distribuidora nunca respondeu no processo", afirma Malagoli. "Nós vivemos em um país onde só há justiça para os pequenos, não para os grandes, como a Ultragaz."
O objetivo da associação, segundo Malagoli, é reunir todas as vítimas da explosão. "Até ontem, só 20 confirmaram presença no fórum, mas já estamos entrando em contato com todas", conta.
A filha de Malagoli, Janaína, que tinha 17 anos na época da explosão, teve fratura na tíbia (osso do joelho) e sofre as consequências do acidente até hoje. "O shopping já fez tudo o que estava ao seu alcance. Não temos mais a quem recorrer", diz.
Outro lado
O advogado da Ultragaz, Luíz Francisco de Carvalho, afirma que a empresa só deverá se pronunciar quando alguma ação for efetivamente movida pela associação.
A assessoria de imprensa da companhia não foi localizada pela reportagem da Folha Online para se pronunciar a respeito.
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