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01/04/2006 - 00h00

Encerrado resgate das vítimas de queda do avião no Rio de Janeiro

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FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online

As equipes do Corpo de Bombeiros terminaram às 13h o resgate dos 19 corpos das vítimas da queda do avião bimotor da Team Transportes Aéreos, que caiu no município de Rio Bonito (80 km da capital), no Rio de Janeiro, na tarde de ontem.

Por ser um local de difícil acesso, os bombeiros tiveram de usar um helicóptero Parasar fornecido pela Força Aérea Brasileira para recuperar os corpos, que serão levados para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade do Rio.

As caixas-preta já foram localizadas e podem ajudar a esclarecer as causas do acidente. Uma hipótese é o mau tempo, segundo o coronel Roni Alberto Fernandes de Azevedo, do Corpo de Bombeiros.

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|Bruno Domingos/Reuters|
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|Imagem aérea mostra destroços do avião da Team, que caiu no Rio, matando 19 pessoas
|

"Chovia muito e o piloto pode ter voado mais baixo para ter melhor visibilidade", afirmou o coronel. Ele acredita que o avião chocou-se contra a serra no momento em que o comandante Michael Peter Hutten se preparava para alterar o vôo em direção a uma outra rota pelo litoral, onde poderia voar com mais segurança.

Para o diretor-comercial da Team, Mauro Almeida, as informações não passam de "especulação". "O tempo estava um pouco nublado, mas não havia temporal", afirmou. "Só a investigação vai poder dizer o que realmente aconteceu."

O avião caiu nesta sexta-feira em um local de difícil acesso na Serra do Rio, no bairro de Rio Mole, município de Rio Bonito (80 km da capital). A empresa já divulgou a lista dos 17 passageiros e dois tripulantes que estavam no avião.

O vôo 6865 decolou às 17h19 de sexta-feira de Macaé (RJ) com destino ao aeroporto Santos Dumont, no Rio. O bimotor sumiu dos radares de controle da Infraero --administradora do Santos Dumont-- e foi dado como desaparecido apenas minutos após sua decolagem, às 17h35. O avião devia ter chegado ao aeroporto do Rio às 18h02.

A investigação sobre as causas do acidente deve ficar a cargo da Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (DIPAA), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que realizou perícia no local do acidente.

A Team Linhas Aéreas existe há cinco anos, operando com dez vôos diários na ponte aérea Rio-Macaé. O avião que caiu, de prefixo PT FSE, era um dos três bimotores turboélice modelo LET-410 utilizados regularmente pela empresa.

Revisão

O diretor-comercial da Team disse que o bimotor havia passado por uma revisão de rotina ainda em janeiro, e que o comandante Hutten era um ex-oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), com 30 anos de experiência. "Estamos surpresos e chocados. Ainda não entendemos o que aconteceu", afirmou Almeida.

Ele garante que "dará assistência integral" às famílias das vítimas. Os parentes estão sendo hospedados pela empresa no Hotel Aeroporto Tom, próximo ao aeroporto Santos Dumont, onde, segundo Almeida, recebem a assistência de um médico, um psicólogo e um padre.

Almeida só não quis comentar se a empresa dará assistência financeira às vítimas. "Faremos tudo o que está dentro da lei e se possível um pouco além", limitou-se a dizer.

O LET-410 é tido como de última geração, sendo de fabricação da Letecke Zavody, com sede na cidade de Kunovice, na República Tcheca. É definido como "avião asa alta", com duas janelas por cada fileira, o que amplia a visão da paisagem.

Cada avião custa cerca de US$ 2 milhões, tendo sido entregues mais de 1.100 unidades, sendo cerca de 300 operando na América do Sul, Central e no Caribe.

Empresa

A Team, proprietária do avião, faz vôos ligando o Rio a Macaé, Búzios, Angra dos Reis, Ribeirão Preto, Vitória e São José dos Campos, com passagens em torno de R$ 400 para a região dos Lagos, no estado do Rio.

A empresa é presidida pelo comandante Mario Moreira, ex-integrante da FAB. Foi criada em 2001 para atender a passageiros ligados, direta ou indiretamente, à extração de petróleo e gás, a partir de Macaé. Transporta anualmente cerca de 30 mil passageiros, com uma taxa de ocupação de 80% dos vôos.

Acidentes

Foi o segundo acidente de avião no Rio em menos de 30 dias. No dia 28 de fevereiro, um monomotor Cessna-170 caiu a cerca de um quilômetro da praia de Copacabana, quando fazia propaganda dos Jogos Pan-Americanos de 2007 na orla marítima.

O piloto Rubens Bigano Filho foi resgatado pelos bombeiros e tinha ferimentos no rosto, nos braços e nas pernas. O Cessna-170, prefixo PT-BVF, sobrevoava a orla junto com outro monomotor.

Com Folha de S.Paulo

 

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