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08/09/2001
-
03h02
ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo
Um forte estrondo e parte da parede de meio metro de espessura vem abaixo. Há uma densa nuvem de poeira no ar, um carro da polícia destruído ao lado, pela força da explosão, e um buraco com dimensões suficientes para que os 153 presos do 33º DP (Pirituba) escapem dali, um por vez.
Foi o que aconteceu ontem na zona norte de São Paulo, em um plano de fuga em massa. Um preso morreu _não se sabe se por estiletadas ou pela bomba_ e outros dois se feriram, na rebelião que seguiu a frustrada operação.
Há exatos 24 dias, a parede do 16º DP (Vila Clementino), na zona sul, sofreu o mesmo tipo de ataque, só que de madrugada.
Ninguém escapou nas duas vezes, mas a quantidade de explosivos mudou. ''O material usado foi algo extremamente forte, mais até do que usaram no 16º DP'', diz o delegado plantonista Paulo Peres Filho, a partir de informações do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar.
Os cinco policiais que estavam de plantão na delegacia impediram a fuga dos presos, atirando na direção do buraco.
Ao lado da delegacia funciona uma unidade da PM.
A cadeia, que tem capacidade para 40 presos, foi interditada ontem. Os detentos foram transferidos para o cadeião de Pinheiros, zona oeste da capital.
O plano
O Gate encontrou furos na parede da cela onde houve a explosão, iguais aos analisados no 16º DP. Provavelmente, o explosivo também foi ''embutido'' na parede e detonado por meio de pavio.
Os detentos da cela cinco, escolhida para a explosão, haviam retornado para ela no início da manhã de ontem. O local tinha sido interditado para que buracos na parede fossem fechados.
Às 12h30, o artefato abriu parte da parede, feita de tijolos (30 centímetros), mais concreto (20 centímetros) e barras de ferro que ''abraçavam'' as celas.
''Estou perplexa com o que houve'', afirma a delegada Ana Lúcia de Francesco, assistente do 33º DP. Para ela, os presos podem ter usado explosivo plástico.
A polícia acredita que veículos estavam do lado de fora aguardando a saída dos presos.
Foi aberto inquérito para investigar quem financiou a fuga e como os explosivos entraram na cadeia. ''Não temos nenhum preso famoso aqui. Só pé-de-chinelo.''
Uma das hipóteses é que as visitas ajudaram os detentos.
O preso morto, identificado como Wiliam André de Arruda, 21, estava detido desde outubro do ano passado, por roubo.
Presos explodem parede de delegacia em SP
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da Folha de S.Paulo
Um forte estrondo e parte da parede de meio metro de espessura vem abaixo. Há uma densa nuvem de poeira no ar, um carro da polícia destruído ao lado, pela força da explosão, e um buraco com dimensões suficientes para que os 153 presos do 33º DP (Pirituba) escapem dali, um por vez.
Foi o que aconteceu ontem na zona norte de São Paulo, em um plano de fuga em massa. Um preso morreu _não se sabe se por estiletadas ou pela bomba_ e outros dois se feriram, na rebelião que seguiu a frustrada operação.
Há exatos 24 dias, a parede do 16º DP (Vila Clementino), na zona sul, sofreu o mesmo tipo de ataque, só que de madrugada.
Ninguém escapou nas duas vezes, mas a quantidade de explosivos mudou. ''O material usado foi algo extremamente forte, mais até do que usaram no 16º DP'', diz o delegado plantonista Paulo Peres Filho, a partir de informações do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar.
Os cinco policiais que estavam de plantão na delegacia impediram a fuga dos presos, atirando na direção do buraco.
Ao lado da delegacia funciona uma unidade da PM.
A cadeia, que tem capacidade para 40 presos, foi interditada ontem. Os detentos foram transferidos para o cadeião de Pinheiros, zona oeste da capital.
O plano
O Gate encontrou furos na parede da cela onde houve a explosão, iguais aos analisados no 16º DP. Provavelmente, o explosivo também foi ''embutido'' na parede e detonado por meio de pavio.
Os detentos da cela cinco, escolhida para a explosão, haviam retornado para ela no início da manhã de ontem. O local tinha sido interditado para que buracos na parede fossem fechados.
Às 12h30, o artefato abriu parte da parede, feita de tijolos (30 centímetros), mais concreto (20 centímetros) e barras de ferro que ''abraçavam'' as celas.
''Estou perplexa com o que houve'', afirma a delegada Ana Lúcia de Francesco, assistente do 33º DP. Para ela, os presos podem ter usado explosivo plástico.
A polícia acredita que veículos estavam do lado de fora aguardando a saída dos presos.
Foi aberto inquérito para investigar quem financiou a fuga e como os explosivos entraram na cadeia. ''Não temos nenhum preso famoso aqui. Só pé-de-chinelo.''
Uma das hipóteses é que as visitas ajudaram os detentos.
O preso morto, identificado como Wiliam André de Arruda, 21, estava detido desde outubro do ano passado, por roubo.
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