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01/02/2008 - 02h31

Joãosinho Trinta vem ao Carnaval de SP em busca de apoios

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KARIN BLIKSTAD
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Joãosinho Trinta assistirá ao desfile das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo pela primeira vez nesta sexta-feira (1º). Mesmo que esteja atualmente afastado do trabalho nas escolas de samba do Rio, ele tem encontrado outras formas de se manter dentro do mundo do Carnaval.

Seus problemas de saúde não parecem ter afetado sua disposição nesse sentido. Com a voz fraca e acompanhado de seu enfermeiro, o ícone do Carnaval carioca veio a São Paulo em busca de apoios --de empresários e de escolas daqui-- para seu novo projeto, de formar uma escola de samba que viajará o mundo.

Questionado sobre a prática de merchandising nas escolas daqui, ele afirma que pode ser algo positivo, pois o bom carnavalesco sabe como desenvolver seu tema com criatividade.

FOLHA -O que o Joãosinho Trinta anda fazendo?
JOÃOSINHO TRINTA Temos o projeto "Samba das Nações". Tive a idéia há um ano. É a criação de uma escola de samba de atuação internacional, que deve viajar pelo mundo com temas que envolvem todos os povos, como meio ambiente, fome, violência e conflitos étnicos. Vim tentar o apoio aqui porque iremos formar a escola com os elementos de todas as escolas de samba daqui de São Paulo. Vamos escolher de cada uma o que ela tiver de melhor, como a ala das baianas e a comissão de frente.

FOLHA - Por que as escolas de São Paulo?
JOÃOSINHO - Há possibilidade de lançarmos a escola aqui em São Paulo. A escola terá apoio, além das embaixadas, de grandes empresas brasileiras e internacionais, da ONU, da Unesco, do governo federal e de governos estaduais.

FOLHA - O que já tem de garantido nesse projeto?
JOÃOSINHO - A formatação da escola e o apoio de várias embaixadas, como da Austrália, dos Estados Unidos, da França, de Portugal, da Síria.

FOLHA - Como o senhor avalia o Carnaval de São Paulo? Está no nível do Rio?
JOÃOSINHO - Está chegando muito perto. Já se vê participação do povo, tem gente boa trabalhando.

FOLHA - O que está faltando?
JOÃOSINHO - Falta tempo para amadurecer. O Carnaval do Rio tem mais tempo.

FOLHA - O que o senhor acha do merchandising praticado pelas escolas daqui?
JOÃOSINHO - Ele é positivo. Depende da inteligência dos carnavalescos, porque qualquer assunto pode se tornar um tema de Carnaval. Eu mesmo tenho experiência própria, quando fiz o enredo para a [escola carioca] Grande Rio sobre a Vale do Rio Doce [em 2003], com o enredo "O Brasil que vale". Fiz isso sem citar e sem focar diretamente a empresa, contando sua história, que tem ligação com a do Brasil. Não desvirtua o espírito do carnaval.

FOLHA - A escola Rosas de Ouro vai lançar um novo produto no seu desfile deste ano, sobre o perfume. O senhor concorda com isso?
JOÃOSINHO - O perfume é um bom tema, é uma história bonita, mas se for muito afrontoso esse lançamento eu não concordo. Afrontoso é insistir numa marca. Mas se for feito de maneira sutil, se forem ressaltados outros ângulos, ai sim. Depende da forma. Mas esse lançamento de produto eu não gosto.

FOLHA - O senhor acha que já se torna exagero dentro da idéia de merchandising lançar um novo produto?
JOÃOSINHO - Já, dependendo da maneira. Errado é falar da marca explicitamente, distanciar essa marca do assunto principal.

FOLHA - O que o senhor acha das escolas usarem enredos com temas repetitivos?
JOÃOSINHO - Um enredo não é um tema que se repete, ele é a maneira de se fazer. Duas escolas podem ter o mesmo enredo e, no entanto, cada uma fazer um desenvolvimento totalmente diferente do outro.

FOLHA - A criatividade então não está no tema?
JOÃOSINHO - Está na confecção, na dinâmica de cada escola.

FOLHA - Como o senhor está se recuperando dos problemas de saúde?
JOÃOSINHO - Estou me recuperando muito bem. Decidi morar em Brasília por esse motivo [faz tratamento no hospital Sara Kubitschek]. Vou criar oficinas de escultura, de fantasias, de evolução para as escolas de lá, trabalhando na orientação e formação de profissionais para a cadeia produtiva do Carnaval. Vou trabalhar por dois anos para mostrar resultados em 2010, no aniversário de 50 anos de Brasília.

 

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