Publicidade
Publicidade
26/09/2001
-
23h38
da Folha de S.Paulo, no Rio
Ainda tentando explicar as razões de um vazamento de esgoto na lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, dois dias após a inauguração de uma obra de saneamento no local, o governo do Estado anunciou que está esperando autorização do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para começar mais uma obra, de retirada de lodo do fundo da lagoa.
O secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, já avisou que a sucção do lodo pode causar mortalidade "pontual" de peixes e mau cheiro. "Não se faz um omelete sem quebrar a casca do ovo. A ação é necessária, pois há 245 mil metros cúbicos de lodo no fundo da lagoa", disse o secretário.
No domingo, após ampla campanha de publicidade do governo do Estado, foi inaugurada uma "galeria de cintura" no entorno da lagoa, com o objetivo de canalizar para o emissário submarino de Ipanema todos os detritos das galerias pluvias da área. Apesar de a obra ter sido chamada de "cinturão", ela envolve apenas 4 km dos 7,2 km de um dos cartões-postais da cidade.
O vazamento de esgoto e o programa de retirada de lodo acabaram reavivando a disputa política entre o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), e o governador Anthony Garotinho (PSB).
O secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes, chamou nesta quarta-feira de "fralda furada" a obra do "cinturão", enquanto o prefeito Cesar Maia disse que ela é um penico.
"A galeria de cintura é uma espécie de penico, não de banheiro. É uma ação mitigadora, mas não deixa de ser positiva", disse Cesar, que foi derrotado por Garotinho na eleição para o governo do Estado, em 1998.
Orçado em cerca de R$ 5 milhões, o projeto de galeria de cintura da lagoa foi idealizado pela fundação Rio Águas, da Prefeitura do Rio. No ano passado, prefeitura e governo do Estado anunciaram uma parceria para as obras, que foi desfeita após a eleição de Maia.
O prefeito disse hoje que os pontos de vazamento são de responsabilidade do governo do Estado, que assumiu a realização do projeto. "Tenho certeza de que vão identificar os pontos que faltam e corrigir", disse.
Em resposta às críticas de Maia, Garotinho disse que as obras do cinturão foram bem feitas. Ele atribuiu o vazamento de esgoto na Rodrigo de Freitas, ocorrido na terça-feira, a "erros na concepção e problemas no projeto, fornecido pela prefeitura".
Garotinho afirmou que, por causa da omissão de Maia, o Estado acabou realizando uma obra que seria de responsabilidade do município, ao qual cabe a manutenção das galerias de águas pluviais. "Não quero polemizar, mas o Rio não merece o prefeito que tem."
A atenção de Cesar Maia está voltada, agora, para a retirada do lodo do fundo da lagoa. Segundo ele, a sucção anunciada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado pode acarretar o afundamento de vários trechos do aterro e afetar a estabilidade dos prédios que contornam a lagoa. "Depois, não adianta querer colocar a culpa em ninguém", disse o prefeito.
O secretário estadual, André Corrêa, afirma que não há risco no projeto. "Vamos apenas aspirar o lodo do fundo da lagoa, sem colocar em risco nenhum prédio. É uma operação simples. O prefeito está mal informado."
Maia mandou publicar, no "Diário Oficial" de amanhã, uma notificação extrajudicial ao governador Anthony Garotinho e secretários de Estado, alertando para a necessidade de estudos técnicos para a obra.
A prefeitura estuda também aplicar uma multa na Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) por causa do vazamento de terça-feira.
Governo do Rio promete mais obras para sanar vazamento de esgoto
Publicidade
Ainda tentando explicar as razões de um vazamento de esgoto na lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, dois dias após a inauguração de uma obra de saneamento no local, o governo do Estado anunciou que está esperando autorização do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para começar mais uma obra, de retirada de lodo do fundo da lagoa.
O secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, já avisou que a sucção do lodo pode causar mortalidade "pontual" de peixes e mau cheiro. "Não se faz um omelete sem quebrar a casca do ovo. A ação é necessária, pois há 245 mil metros cúbicos de lodo no fundo da lagoa", disse o secretário.
No domingo, após ampla campanha de publicidade do governo do Estado, foi inaugurada uma "galeria de cintura" no entorno da lagoa, com o objetivo de canalizar para o emissário submarino de Ipanema todos os detritos das galerias pluvias da área. Apesar de a obra ter sido chamada de "cinturão", ela envolve apenas 4 km dos 7,2 km de um dos cartões-postais da cidade.
O vazamento de esgoto e o programa de retirada de lodo acabaram reavivando a disputa política entre o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), e o governador Anthony Garotinho (PSB).
O secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes, chamou nesta quarta-feira de "fralda furada" a obra do "cinturão", enquanto o prefeito Cesar Maia disse que ela é um penico.
"A galeria de cintura é uma espécie de penico, não de banheiro. É uma ação mitigadora, mas não deixa de ser positiva", disse Cesar, que foi derrotado por Garotinho na eleição para o governo do Estado, em 1998.
Orçado em cerca de R$ 5 milhões, o projeto de galeria de cintura da lagoa foi idealizado pela fundação Rio Águas, da Prefeitura do Rio. No ano passado, prefeitura e governo do Estado anunciaram uma parceria para as obras, que foi desfeita após a eleição de Maia.
O prefeito disse hoje que os pontos de vazamento são de responsabilidade do governo do Estado, que assumiu a realização do projeto. "Tenho certeza de que vão identificar os pontos que faltam e corrigir", disse.
Em resposta às críticas de Maia, Garotinho disse que as obras do cinturão foram bem feitas. Ele atribuiu o vazamento de esgoto na Rodrigo de Freitas, ocorrido na terça-feira, a "erros na concepção e problemas no projeto, fornecido pela prefeitura".
Garotinho afirmou que, por causa da omissão de Maia, o Estado acabou realizando uma obra que seria de responsabilidade do município, ao qual cabe a manutenção das galerias de águas pluviais. "Não quero polemizar, mas o Rio não merece o prefeito que tem."
A atenção de Cesar Maia está voltada, agora, para a retirada do lodo do fundo da lagoa. Segundo ele, a sucção anunciada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado pode acarretar o afundamento de vários trechos do aterro e afetar a estabilidade dos prédios que contornam a lagoa. "Depois, não adianta querer colocar a culpa em ninguém", disse o prefeito.
O secretário estadual, André Corrêa, afirma que não há risco no projeto. "Vamos apenas aspirar o lodo do fundo da lagoa, sem colocar em risco nenhum prédio. É uma operação simples. O prefeito está mal informado."
Maia mandou publicar, no "Diário Oficial" de amanhã, uma notificação extrajudicial ao governador Anthony Garotinho e secretários de Estado, alertando para a necessidade de estudos técnicos para a obra.
A prefeitura estuda também aplicar uma multa na Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) por causa do vazamento de terça-feira.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice