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17/10/2001
-
20h16
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Agílio Monteiro Filho, após receber representação do advogado José Carlos Dias, determinou que o ambientalista Paulo Adario receba proteção policial.
Adario tem recebido ameaças de morte desde 2 de outubro, segundo ele, por contrariar interesses econômicos do comércio ilegal de madeira na região amazônica.
Paulo Adario coordena a Campanha Amazônia do Greeenpeace, que identifica crimes ambientais como a retirada ilegal de Mogno em reservas indígenas no sul do Pará. "O Ibama já estava tomando providências a respeito das serrarias ilegais, mas a minha vida estava ameaçada, por isso pedi segurança", disse Adario.
José Carlos Dias, advogado de Adario, também se encontrou nesta quarta-feira com o ministro da Justiça, José Gregori, que apoiou a determinação da PF. "O ministro entendeu que este é um caso gravíssimo, e que um crime praticado contra o Paulo Adario pode ter repercussão semelhante à da morte de Chico Mendes", disse Dias.
Segundo Adario, o Greeenpeace tem atuado na região amazônica, principalmente na reserva indígena Kayapó, no sul do Pará, mapeando as áreas em que há retirada ilegal de mogno. Por meio de aviões e fotos de satélite, a organização descobre os locais de desmatamento e avisa ao Ibama.
Ano passado, uma denúncia do Greenpeace levou o Ibama a apreender 19 mil metros cúbicos de madeira no sul do Pará, sendo nove mil de mogno. Com a retirada ilegal, as serrarias responsáveis receberam multa de R$ 6 milhões.
Para Adario, as denúncias do Greeenpeace acirraram os ânimos na região. "As serrarias nos avisaram para sair da área, mas nós continuamos a mapear os locais de retirada de mogno. Eles identificaram nosso avião sobrevoando a área e aí começaram as ameaças reais", disse Adario.
De acordo com levantamentos da Campanha Amazônia do Greenpeace, somente 13 empresas atuam legalmente na exploração do mogno. Porém, segundo Adario, a maioria delas serve para "lavar" a madeira retirada ilegalmente para ser exportada.
O metro cúbico de mogno custa no sul do Pará por volta de R$ 50. No porto de Belém, pronto para a exportação, o preço da madeira salta para mil dólares. Já no exterior, um móvel feito de mogno custa até US$ 8 mil. Uma árvore de mogno chega a render US$ 4 mil para as serrarias ilegais que atuam no Pará.
Ambientalista do Greenpeace recebe proteção policial após ameaças
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O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Agílio Monteiro Filho, após receber representação do advogado José Carlos Dias, determinou que o ambientalista Paulo Adario receba proteção policial.
Adario tem recebido ameaças de morte desde 2 de outubro, segundo ele, por contrariar interesses econômicos do comércio ilegal de madeira na região amazônica.
Paulo Adario coordena a Campanha Amazônia do Greeenpeace, que identifica crimes ambientais como a retirada ilegal de Mogno em reservas indígenas no sul do Pará. "O Ibama já estava tomando providências a respeito das serrarias ilegais, mas a minha vida estava ameaçada, por isso pedi segurança", disse Adario.
José Carlos Dias, advogado de Adario, também se encontrou nesta quarta-feira com o ministro da Justiça, José Gregori, que apoiou a determinação da PF. "O ministro entendeu que este é um caso gravíssimo, e que um crime praticado contra o Paulo Adario pode ter repercussão semelhante à da morte de Chico Mendes", disse Dias.
Segundo Adario, o Greeenpeace tem atuado na região amazônica, principalmente na reserva indígena Kayapó, no sul do Pará, mapeando as áreas em que há retirada ilegal de mogno. Por meio de aviões e fotos de satélite, a organização descobre os locais de desmatamento e avisa ao Ibama.
Ano passado, uma denúncia do Greenpeace levou o Ibama a apreender 19 mil metros cúbicos de madeira no sul do Pará, sendo nove mil de mogno. Com a retirada ilegal, as serrarias responsáveis receberam multa de R$ 6 milhões.
Para Adario, as denúncias do Greeenpeace acirraram os ânimos na região. "As serrarias nos avisaram para sair da área, mas nós continuamos a mapear os locais de retirada de mogno. Eles identificaram nosso avião sobrevoando a área e aí começaram as ameaças reais", disse Adario.
De acordo com levantamentos da Campanha Amazônia do Greenpeace, somente 13 empresas atuam legalmente na exploração do mogno. Porém, segundo Adario, a maioria delas serve para "lavar" a madeira retirada ilegalmente para ser exportada.
O metro cúbico de mogno custa no sul do Pará por volta de R$ 50. No porto de Belém, pronto para a exportação, o preço da madeira salta para mil dólares. Já no exterior, um móvel feito de mogno custa até US$ 8 mil. Uma árvore de mogno chega a render US$ 4 mil para as serrarias ilegais que atuam no Pará.
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