Publicidade
Publicidade
18/10/2001
-
04h02
da Folha de S.Paulo
A Eletropaulo foi obrigada pela Justiça a paralisar as obras de expansão da linha de distribuição de energia Pirituba-Bandeirantes, que passa por bairros residenciais na zona sul de São Paulo, e retornar à forma antiga de cabeamento, sob a ameaça de pagar multa diária de R$ 100 mil.
O despacho do juiz Paulo Jorge Scartezzini Guimarães -da 20ª Vara Cível-
com a decisão foi feito em julho. A Eletropaulo recorreu da decisão sem sucesso.
Atualmente, a Justiça aguarda o cronograma de troca de equipamentos da linha, com o objetivo de fixar a data a partir da qual passaria a correr a multa.
A decisão de paralisar as obras foi motivada por uma liminar pedida pela Sociedade Amigos do Alto de Pinheiros (Saap), que, juntamente com as associações dos bairros Cidade Jardim e City Boaçava -que são cortados pela linha- entraram com ações na Justiça contra a distribuidora.
As associações alegaram que as obras de expansão, que incluem também a construção de uma subestação, teriam como objetivo o aumento da tensão transportada, de 88 kV para 138 kV.
Os moradores se basearam nas suspeitas de males à saúde provocados pelos campos eletromagnéticos -formados em torno dessas linhas-, que são maiores conforme a tensão.
As associações contrataram um estudo de medição da situação atual dos campos eletromagnéticos nos bairros. Foi constatado que a radiação emitida por eles está muito acima dos níveis adotados em outros países.
No Brasil não há legislação sobre campos eletromagnéticos, tampouco sobre a distância que linhas de alta tensão devem guardar das casas. Por isso, a decisão da Justiça é inédita e pode abrir caminho para outras iniciativas.
Não existe consenso científico sobre males provocados por campos eletromagnéticos. Em março, a comissão de proteção radiológica do governo britânico afirmou que morar perto das linhas aumenta a incidência de leucemia infantil. O relatório diz que o risco é de 1 caso a cada 10 mil por ano em quem está exposto à radiação. O normal é 1 caso a cada 20 mil.
Outro lado
Até o fechamento desta edição, o departamento jurídico da Eletropaulo não havia respondido sobre quais procedimentos serão tomados após a decisão judicial.
A assessoria de imprensa da distribuidora enviou documento da empresa afirmando que os postes da linha Pirituba-Bandeirantes não foram trocados para aumentar a tensão.
O documento diz que a troca de postes por torres é um procedimento de rotina da distribuidora dentro da sua área de concessão, que inclui a capital e outros 23 municípios. O espaço compreendido conta com 5.421
torres e 249 postes.
(SÉRGIO DURAN)
Justiça determina que Eletropaulo interrompa expansão de linhas
Publicidade
A Eletropaulo foi obrigada pela Justiça a paralisar as obras de expansão da linha de distribuição de energia Pirituba-Bandeirantes, que passa por bairros residenciais na zona sul de São Paulo, e retornar à forma antiga de cabeamento, sob a ameaça de pagar multa diária de R$ 100 mil.
O despacho do juiz Paulo Jorge Scartezzini Guimarães -da 20ª Vara Cível-
com a decisão foi feito em julho. A Eletropaulo recorreu da decisão sem sucesso.
Atualmente, a Justiça aguarda o cronograma de troca de equipamentos da linha, com o objetivo de fixar a data a partir da qual passaria a correr a multa.
A decisão de paralisar as obras foi motivada por uma liminar pedida pela Sociedade Amigos do Alto de Pinheiros (Saap), que, juntamente com as associações dos bairros Cidade Jardim e City Boaçava -que são cortados pela linha- entraram com ações na Justiça contra a distribuidora.
As associações alegaram que as obras de expansão, que incluem também a construção de uma subestação, teriam como objetivo o aumento da tensão transportada, de 88 kV para 138 kV.
Os moradores se basearam nas suspeitas de males à saúde provocados pelos campos eletromagnéticos -formados em torno dessas linhas-, que são maiores conforme a tensão.
As associações contrataram um estudo de medição da situação atual dos campos eletromagnéticos nos bairros. Foi constatado que a radiação emitida por eles está muito acima dos níveis adotados em outros países.
No Brasil não há legislação sobre campos eletromagnéticos, tampouco sobre a distância que linhas de alta tensão devem guardar das casas. Por isso, a decisão da Justiça é inédita e pode abrir caminho para outras iniciativas.
Não existe consenso científico sobre males provocados por campos eletromagnéticos. Em março, a comissão de proteção radiológica do governo britânico afirmou que morar perto das linhas aumenta a incidência de leucemia infantil. O relatório diz que o risco é de 1 caso a cada 10 mil por ano em quem está exposto à radiação. O normal é 1 caso a cada 20 mil.
Outro lado
Até o fechamento desta edição, o departamento jurídico da Eletropaulo não havia respondido sobre quais procedimentos serão tomados após a decisão judicial.
A assessoria de imprensa da distribuidora enviou documento da empresa afirmando que os postes da linha Pirituba-Bandeirantes não foram trocados para aumentar a tensão.
O documento diz que a troca de postes por torres é um procedimento de rotina da distribuidora dentro da sua área de concessão, que inclui a capital e outros 23 municípios. O espaço compreendido conta com 5.421
torres e 249 postes.
(SÉRGIO DURAN)
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice