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08/04/2008 - 16h49

Mesmo com tumulto, organização diz que bazar de Abadía foi "sucesso"

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CLAYTON FREITAS
da Folha Online

O presidente da Fundação Julieta, Lucien Delmonte, integrante da organização do bazar de bens do megatraficante Juan Carlos Ramírez Abadía, que começou nesta terça, no Jockey Club de São Paulo, afirmou que o evento foi um "sucesso". Cerca de 5.000 consumidores compareceram, conforme estimativas da PM (Polícia Militar). Houve muito tumulto.

Na porta a confusão foi tão grande que a entrada foi proibida por volta das 14h, e só quem estava dentro pôde continuar comprando. Inicialmente, estava previsto que o bazar ficaria aberto das 12h às 20h. Em ao menos dois momentos, a PM precisou de spray de pimenta para dispersar os compradores. Uma mulher passou mal.

Para Delmonte, não era possível prever o interesse de tantas pessoas nos artigos. Ele negou que os sócios tenham tido preferência na entrada e destacou que, apesar do anúncio de que o público teria apenas uma entrada, a do portão 6-a, outras três estavam abertas.

Delmonte disse que, se os produtos não terminarem ainda nesta terça, um novo bazar será realizado na quarta-feira (9), com distribuição de senhas. Não está confirmada a realização do leilão agendado para as 20h desta terça.

Entre os produtos à venda estavam 2.000 garrafas de vinho português com preços que variavam de R$ 100 (a garrafa que estava colocada em caixas de madeira desgastadas) e R$ 200 (caixa nova)-- avaliados em R$ 800 cada. Trata-se de um lote de uma edição especial do vinho encomendada em comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Havia ainda dezenas de sapatos, bolsas e óculos femininos, 130 cuecas, equipamentos de som e TV.

Para Delmonte, antes de serem colocados à venda, os vinhos estavam "estragando no depósito judicial". Ele defendeu que a Justiça adote iniciativas similares, em outros casos.

Todo o valor arrecado com a venda dos produtos, ainda de acordo com Delmonte, será depositado em contas judiciais e, depois, encaminhado a instituições de caridade. O valor dos bens --carros, eletrônicos, móveis e equipamentos de ginástica, entre outros artigos-- ultrapassa R$ 2 milhões.

Entre os compradores dos produtos estavam o comerciante Renan Pereira da Silva, 39, e a modelo Juliana de Souza Rios, 21.

Silva levou duas garrafas de vinho. Rios, que saiu do bairro de Bela Vista de ônibus até o Jockey Clube na companhia do filho de dois meses no colo, levou uma piscina de bolinhas, talheres e um quadro, todos para o filho.

Explosivo

O secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida, esteve no local para averiguar as condições de segurança das dependências do evento. Ele afirmou que fiscais da subprefeitura do Butantã estiveram no local ontem.

Apesar disso, ele chamou a atenção dos organizadores devido a existência de dois cilindros de gás de 45 kg cada um, pertencentes ao lote de número 300. Almeida pediu aos organizadores que retirassem os dois cilindros pois poderiam apresentar risco aos compradores.

Multidão

Durante o tempo em que agentes da PF, PMs e seguranças lutaram para organizar as filas, houve muito empurra-empurra. Um PM que subiu em um muro para pedir que as pessoas prensadas contra o portão entrassem nas filas acabou vaiado e xingado.

Uma mulher que estava com o irmão, Robson Barbosa, 27, passou mal. Os dois tinham saído cedo de casa, na Vila Sônia (zona oeste de São Paulo), e chegado na fila às 9h. Barbosa diz que ele e a irmã entraram no tumulto porque havia muita gente furando a fila. Com o spray de pimenta, ela precisou ser encaminhada para um hospital.

Outro lado

O setor de comunicação social da Novo Jockey, responsável pelo Jockey Club, informou que o local foi apontado pela Justiça Federal para sediar o evento, mas não tem responsabilidade sobre a organização. Disse ainda que colocou o efetivo de segurança à disposição, mas apenas para complementar o trabalho feito pelas polícias.

 

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